Temer teria sido gravado autorizando compra de silêncio de Cunha, diz jornal

Gravação foi feita pelos donos do grupo JBS, que confirmaram o flagrante em delação premiada à PGR.

O presidente da República Michel Temer teria sido gravado, conforme os donos do grupo JBS em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), autorizando que o deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fosse pago por por seu silêncio, após prisão na Operação Lava Jato. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim.

A coluna afirma que uma gravação feita com Temer no dia 7 de março deste ano foi entregue pelo empresário Joesley Batista. No áudio, registrado em um gravador escondido, o presidente teria designado o deputado Rodrigo Rocha Lourdes (PMDB-PR) para resolver assuntos da JBS. O parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados pelo empresário.

Outro áudio do mesmo período expõe que o empresário teria afirmado a Michel Temer que estaria oferecendo uma mesada a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro em troca do silêncio de ambos. "Tem que manter isso, viu?", teria comentado o presidente na gravação.

A coluna de Lauro Jardim também citou que a Polícia Federal registrou, ao menos, uma entrega de R$ 400 mil para Roberta, irmã de Lúcio Funaro.

Aécio também foi gravado

Ainda conforme a delação de Joesley, o senador Aécio Neves (PSDB) também foi flagrado em gravação. No áudio, ele pede R$ 2 milhões ao empresário – a quantia foi entregue a um primo do presidente do PSDB e o ato foi registrado por câmeras.  

Segundo a coluna, a delação de Joesley à PGR aconteceu no dia 10 de abril e ainda não foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Apesar disso, o conteúdo já teria sido repassado ao ministro do Supremo Edson Fachin, que é relator da Lava Jato na Corte.