Ex-procurador do Conde preso em operação fecha acordo de delação premiada

Francisco Cavalcante Gomes foi preso no começo de março junto com a ex-prefeita Tatiana Correa.

Segundo o MP, ex-procurador tentou ocultar provas
Ex-procurador do Conde preso em operação fecha acordo de delação premiada
Segundo o MP, ex-procurador tentou ocultar provas (Foto: reprodução)

O ex-procurador da prefeitura do Conde Francisco Cavalcante Gomes fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e vai ganhar liberdade após quase dois meses presos. Cavalcante foi preso junto com a ex-prefeita da cidade Tatiana Correa em uma operação do Grupo de de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Eles são acusados de lavagem de dinheiro e uma série de outros crimes, cometidos quandos eles ainda estavam na gestão municipal.

A delação premiada foi revelada pelo advogado Júnior Moura, que respresenta Francisco Cavalcante Gomes, nesta sexta-feira (4). Segundo o defensor, o acordo já foi homologado judicialmente. “O primeiro benefício foi o de poder ganhar a liberdade, com medidas cautelares. Foram duas condições, a primeira é não se afastar da comarca, da Grande João Pessoa, e a segunda é o recolhimento domiciliar noturno. Ele pode sair, pode trabalhar, contudo, quando chegar às 19h ele tem que estar recolhido em casa”, disse em entrevista à rádio CBN.

>> Ex-procurador do Conde tentou ocultar provas

Moura ressaltou que a tendência é que Cavalcante seja solto ainda nesta sexta-feira. O advogado disse que por conta do sigilo do processo não poderia repassar maiores informações. “Na medida que forem surgindo novas situações, que o Ministério Público achar conveniente que ele volte a colaborar,volte a apresentar informações, ele sabendo, ele vai colaborar. Ele vai colaborar na medida que o MP for precisando, for requerendo novas informações dele. Por enquanto foi saatisfatórtia”, pontuou. O ex-procurador está detido no 5º Batalhão de Polícia Militar, em João Pessoa, desde o dia da operação.

Segundo a investigação do Gaeco, Cavalcante e Tatiana promoveram a desapropriação fraudulenta de terras, no valor de R$ 620 mil, valores que retornaram em benefício destes através da utilização de terceiras pessoas. O MP começou a investigar o esquema em 2015 e identificou fortes indícios do funcionamento de uma organização criminosa arraigada na prefeitura do Conde. Foram detectados crimes como desvio e apropriação de recursos públicos, lavagem de dinheiro, corrupção, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, entre outros tantos crimes praticados pelos requeridos. A apuração demonstrou que, apesar do funcionamento anárquico da quadrilha, havia o comando da então prefeita da cidade, mediante o pagamento de comissão pelas operações criminosas

Advogado quer ex-prefeita em liberdade

Na quinta-feira (3) foi realizada a primeira audiência de instrução do processo na comarca do Conde. Na ocasião foram ouvidas as testemunhas do Ministério Público. Em uma outra audiência, que ainda será marcada, devem ser ouvidas as testemunhas arroladas pelas defesas dos acusados.

O advogado da ex-prefeita Tatiana Correa afirmou que já deu entrada em um pedido de liberdade dela. “Nós temos um pedido que foi feito recentemente na comarca do Conde objetivando a aplicação de medidas cautaleres diversas da prisão, com pedido subsidiado de prisão domiciliar. Além disso há uma medida em tramitação no STJ (Superior Tribunal de Justiça) que já está sendo colocado para a análise do mérito”, afirmou Rembrandt Asfora.