‘Xeque-Mate’: Vereadores afastados nesta quarta substituíam outros alvos

Os quatro parlamentares são suplentes e tinham tomado posse após a 1ª fase afastar 10 vereadores.

'Xeque-Mate': Vereadores afastados nesta quarta substituíam outros alvos
Câmara de Cabedelo está envolta em investigação desde 2018 (Foto: Krys Carneiro/G1)

Os quatro vereadores de Cabedelo afastados do cargo na sexta fase da Operação Xeque-Mate, nesta quarta-feira (4), tinham assumido os mandatos justamente após a deflagração da primeira etapa da investigação, em abril de 2018. Suplentes, eles fazem parte do grupo que substituiu os 10 afastados na fase inicial da ‘Xeque-Mate’ acusados de corrupção. Desses 10, cinco chegaram a ser presos.

Benone Bernardo (PRP), Josimar de Lima Silva (PRP), Janderson Bizerril de Brito (PSDB) e Jonas Pequeno dos Santos (PSDB) tomaram posse na Câmara de Cabedelo no dia 4 de abril de 2018, exatamente um dia após a deflagração da operação. O período de afastamento dos mandatos determinado pelo juiz Henrique Jorge Jácome, atendendo a pedido da Força-Tarefa da operação, é inicialmente de 120 dias, podendo ser prorrogado.

De acordo com o procurador da Câmara de Cabedelo, Rougger Guerra, assim que a Casa for notificada serão convocados os suplentes dos parlamentares para tomar posse.

A operação contou com participação de membros do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado da Paraíba, da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União (GCU).

Os quatro parlamentares também são alvos de mandados de busca e apreensão. De acordo com as investigações, eles receberam do então prefeito Leto Viana vantagem indevida, mais especificamente R$ 200 mil cada, para a composição do grupo de sustentação política do gestor no parlamento.

Segundo a investigação, o ‘financiamento’ dos mandatos ocorreu com recursos oriundos do superfaturamento do contrato de lixo na citada prefeitura.

De acordo com as investigações, os réus na ação teriam assumindo, com o recebimento do dinheiro, o “compromisso de satisfazer os interesses pessoais de Leto Viana, de seus aliados (membros da organização investigada), assim como os desejos anticoncorrenciais do empresário Roberto Santiago”.

A investigação resultou na denúncia contra Leto Viana, Roberto Santiago e os quatro vereadores afastados. O advogado Jovelino Delgado, que representa o ex-prefeito de Cabedelo, disse que só vai se posicionar quando tomar conhecimento do teor da nova denúncia. Pedro Pires, advogado de Roberto Santiago, afirmou que apresentará a defesa quando for notificado e garantiu que “inexiste qualquer conduta ilícita praticada pelo Roberto, naquilo que está sendo veiculado pela imprensa”.

A defesa dos vereadores Jonas Pequeno e Benone Bernardo divulgou nota na qual afirma que eles foram surpreendidos com a operação. Diz também que os parlamentares nunca receberam qualquer valor de Leto Viana e que isso foi relatado pelo ex-prefeito para ele se beneficiar com a delação e também para promover vingança pessoal.

O JORNAL DA PARAÍBA está tentando localizar as defesas dos outros vereadores para ter um posicionamento.