O certo mesmo é ser antifascista. O que é abominável é ser fascista

O certo mesmo é ser antifascista. O que é abominável é ser fascista

Dois exemplos bem simples.

O primeiro:

No passado, mesmo durante a ditadura, os ex-combatentes desfilavam com orgulho no 7 de setembro. Eles ainda eram muitos. Haviam lutado contra o nazifascismo na Itália.

O segundo:

No passado, mesmo durante a ditadura, os cinemas exibiam filmes que falavam sobre os horrores do nazifascismo. Havia censura, mas o crítico não era importunado por escrever contra o nazismo ou o fascismo.

No presente, o Ministério da Justiça é acusado de investigar a vida de brasileiros antifascistas e produzir um documento secreto sobre eles.

O dossiê foi parar no Congresso, e a questão está nas mãos do Supremo. De tão grave, chegou à ONU.

É muito estranho.

Ou: deveria ser muito estranho.

Ora!

O governo do Brasil investiga os antifascistas?

É isso mesmo?

Quer dizer que é negativo ser antifascista?

Quer dizer que ficou perigoso ser antifascista?

Pensei que era o contrário.

O ruim era ser fascista.

O fascismo é que era abominável, não o antifascismo.

Parecia tão simples, não?

Deixou de ser.