Discurso de direita foi o que fez de Rachel Sheherazade um nome nacional da televisão

Discurso de direita foi o que fez de Rachel Sheherazade um nome nacional da televisão

Leio que Rachel Sheherazade está saindo do SBT.

Leio também que já foi comunicada da decisão da emissora de Sílvio Santos de não renovar seu contrato.

Especula-se tanto que o salário é alto e incompatível com a realidade atual quanto que o desligamento passa pelas críticas da apresentadora ao presidente Jair Bolsonaro.

Creio que fui o primeiro – ou um dos primeiros – a fazer um teste de reportagem com Rachel.

Gostei bastante do resultado, mas, à época, a TV Cabo Branco (afiliada da Globo em João Pessoa) não quis contratá-la.

Só o fez mais tarde, quando ela já comprovara seu talento como repórter da TV Correio (afiliada da Record).

Da Cabo Branco, com um convite considerado irrecusável, foi para a TV Tambaú (afiliada do SBT).

Parece coisa do destino: Sílvio Santos tomou conhecimento da existência de Rachel ao vê-la fazendo um comentário moralista sobre o carnaval. Não teve dúvidas: levou a moça para a bancada do Jornal do SBT.

Rachel Sheherazade tem talento e beleza, mas acredito que o que de fato a transformou num nome nacional da televisão foi o discurso de direita, o reacionarismo dos comentários que fazia no telejornal.

Seu discurso foi difundido num momento em que a direita brasileira botava as unhas de fora.

Preparava-se o ambiente que, mais na frente, levaria Bolsonaro à presidência, e Rachel – queiram ou não – fez a sua parte.

As teses que defendeu coincidem com ideias do grupo de ultradireita que hoje governa o Brasil, mas a apresentadora mudou o discurso.

Como Reinaldo Azevedo, outro jornalista de direita, ela está contra Bolsonaro. Com a diferença de que não tem a experiência nem o conhecimento que Reinaldo ostenta.

Nunca tive ilusões com o direitismo de Rachel Sheherazade.

Nem vou ter agora que ela bate em Bolsonaro.