Começo a semana tratando da eleição americana, que será nesta terça-feira (03).
Nesta segunda-feira (02), a coluna abre espaço para artigo da professora Ana Elvira Steinbach.
Paraibana de João Pessoa, Ana Elvira mora na Califórnia há nove anos.
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A ANGÚSTIA ELEITORAL
Ana Elvira Steinbach
Angustiante. A campanha presidencial nos EUA e os sinais emanados das pesquisas são angustiantes. Não temos o menor raio de certeza sobre quem será o escolhido.
Sou uma não-cidadã americana com residência permanente na Califórnia. Participo da campanha presidencial como observadora e ativista, promovendo o voto. E isso fará a diferença nesta eleição presidencial. A quantidade levará à qualidade.
Há um contingente imenso de pessoas que não votam nas eleições americanas, por motivos diversos, inclusive o linguístico. Numa cabine eleitoral, aqui, há instruções para o eleitor ou eleitora em mais de 16 idiomas, numa tentativa louvável de inclusão dos estrangeiros que vivem neste país. Muitos estrangeiros e nativos não se registram para votar, porque ainda não se converteram para a cidadania americana, ou porque o voto facultativo não envolve as pessoas. O número global dos que não votam é estrondoso: cerca de 100 milhões de pessoas.
Então, a campanha deste ano, dos Democratas, concentrou-se na estratégia do estímulo ao voto, diretamente conclamando: vote. De outra forma não haveria a menor chance de ganhar esta eleição, marcada por um culto à personalidade de Trump e pela impressão de que ele ainda pode vencer. Veremos se essa estratégia dará o resultado esperado nos próximos dias, se de fato Biden e Kamala conquistarem a maioria necessária dos representantes no Colégio Eleitoral.
“Queremos Trump fora da Casa Branca porque ele não nos representa”
Queremos Trump fora da Casa Branca por muitas razões, entre as quais porque obviamente ele não nos representa: não representa os imigrantes, nem os movimentos civis progressistas, nem a agenda econômica e ambiental que se mostra indispensável para a qualidade de vida dos economicamente prejudicados pelo capitalismo e suas crises que aprofundam as desigualdades, e pelo fato de que durante a sua administração a pandemia infectou mais de 9 milhões de americanos e já matou 235 mil pessoas no país.
Queremos Biden e Kamala porque eles representam a unidade na diversidade que são os Estados Unidos. Como observadora, percebo que há mais chance de vida de gente como a gente entre os Democratas do que entre os Republicanos.
Os mais otimistas pensam que Trump pode perder, e por avalanche, de Biden, que ganharia por cerca de 330 ou mais votos do Colégio Eleitoral. Quem não quer ser otimista em tempos tão sombrios?
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