Calvário: defesa de Rosas e Pietro Harley diz que prisão é desnecessária

Gustavo Botto disse que vai recorrer para soltura deles ainda nesta sexta-feira.

A defesa do ex-presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, e do empresário Pietro Harley, ambos presos no âmbito da 11ª e 12ª fase da Operação Calvário, disse que vai apresentar um habeas corpus nesta sexta-feira (5) para solicitar ao Tribunal de Justiça da Paraíba a soltura dos seus clientes. De acordo com o advogado Gustavo Botto, não há necessidade para a prisão preventiva dos acusados.

Edvaldo Rosas e o empresário Pietro Harley estão presos na Penitenciária Média Hitler Cantalice, em João Pessoa, desde a quinta-feira (4). A decisão foi tomada pela Justiça após a realização de uma audiência de custódia. “Estamos analisando a peça acusatória para protocolar o pedido de soltura deles”, afirmou Botto. De antemão, o advogado adiantou que a defesa vai trabalhar com a tese de que eles não oferecem risco ao andamento das investigações por não terem mais relação com a administração pública, sobretudo porque os fatos investigados teriam ocorrido em 2013.

Na mesma unidade prisional também está Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), ambos também alvos da Calvário. Coriolano também teve um novo mandado de prisão cumprido nesta quinta-feira e será mantido na penitenciária em que está desde dezembro do ano passado, por descumprimento de medidas cautelares relativas ao uso da tornozeleira eletrônica.

Nova fase

As investigações desta nova fase da Operação Calvário apontam que os acusados atuaram fraudando licitações, contratos e desviando recursos destinados à compra de livros, além de outros materiais para a Educação da Paraíba, durante a gestão de Ricardo Coutinho como governador do estado.

No total, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) pede o ressarcimento de mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos. Entre os crimes denunciados estão peculato, fraudes em licitações e corrupção.

A Calvário tem por objetivo investigar a atuação de uma organização criminosa instalada no Governo do Estado e em prefeituras da Paraíba, desde o exercício de 2010, composta por organizações sociais, empresas comerciais e agentes públicos e políticos, que, por meio de contratações fraudulentas, obtinha recebimentos de propinas para se manter no poder.