SOMOS GOVERNADOS POR UM BANDO DE IRRESPONSÁVEIS!

Eu sei, eu sei que o título do post é muito forte, mas, felizmente, ainda estamos numa democracia, e, aos colunistas, sobretudo os que fazem jornalismo de opinião, é permitido dizer coisas assim.

Nesta quarta-feira (07), Dia do Jornalista, sou movido pelo medo e pela indignação.

O medo da morte. Um dia desses, ao registrar a morte do professor Wellington Pereira, uma amiga querida reagiu porque o texto dizia que, amanhã, seremos eu e você.

Quando se diz “eu e você”, não é, necessariamente, “eu e você”. Mas qualquer um. Inclusive “eu e você”.

É o que se tinha para ontem.

É o que se tem para hoje.

É o que se terá para amanhã.

Pessimismo? Não! Realidade.

Vejam, por exemplo, o feed do Facebook.

Alguém já disse que virou um obituário.

Um parente, um amigo, uma pessoa que a gente não conhece, mas sabe quem é, uma figura pública, um artista famoso, um político.

Todos os dias tem sido assim.

Ontem mesmo, à noite, estava lá: morreu a irmã do nosso Beto Quirino.

Não a conheci, nunca estive com ela, mas é a irmã de Beto Quirino. E é a dor de alguém que nós conhecemos.

Não posso banalizar a morte de tanta gente. Isso fica para o presidente Jair Bolsonaro, que é um caso a ser estudado por uma junta de psiquiatras.

Nesta terça-feira (06), o Brasil registrou, pela primeira vez, mais de quatro mil mortes em 24 horas.

Para ser exato, 4.211.

337.364 brasileiros, em pouco mais de um ano, já foram levados pela Covid-19, aquela “gripezinha” que, segundo Osmar Terra, mataria umas 800 pessoas.

Não seria, portanto, uma injustiça dizer que o ex-ministro – ele próprio foi parar numa UTI – é, no mínimo, um imbecil. Um entre milhões de imbecis que fecham os olhos às evidências.

Depois do medo, a indignação que mencionei no início do texto.

Estou ficando velho, mas não quero perder a capacidade de me indignar.

Estamos no pior momento da pandemia do novo coronavírus.

A situação está fora de controle.

A perspectiva de que as coisas ainda vão piorar é clara.

Quem diz isso é quem entende do assunto.

São os homens e as mulheres da ciência, da medicina, é gente que luta bravamente tentando salvar vidas nos hospitais.

Você, provavelmente, é que está enfermo se não se indignar com esse quadro, se normalizar essa tragédia.

Indignação? Sim! Fiquei e permaneço indignado com a flexibilização que acaba de ser adotada aqui na Paraíba.

Está lá, no último boletim do confiável consórcio de veículos de imprensa: “Subindo (13 estados e o Distrito Federal)”. Entre esses estados, a Paraíba.

Lockdown? Permanece como se fosse um palavrão.

Flexibilizar?

Falar em protocolos seguros para o retorno a essa ou àquela atividade?

Isso pode.

Qual o motivo? Qual a justificativa?

O que mudou?

Que notícias tão boas assim temos para abrir?

Governantes, governantes. De um modo geral, como são parecidos uns com os outros.

Alguns até falam bem, mas agem mal.

Daí, a dureza do título do post.

Mas é isso mesmo.

Com uma ou outra exceção, somos, tristemente, governados por um bando de irresponsáveis.

Sou cético, mas não quero perder a crença de que alguns, um dia, serão responsabilizados pelos crimes que estão cometendo.