O presidente e o Véio da Havan de moto e sem capacete. Não há nada de banal nessa imagem

O presidente e o Véio da Havan de moto e sem capacete. Não há nada de banal nessa imagem

O presidente Jair Bolsonaro pilotando uma moto com o empresário Luciano Hang, o Véio da Havan, na garupa.

Felizes, sorridentes.

A imagem apareceu em tudo quanto é canto nos últimos dois dias.

Coisa banal no Brasil de 2021.

Ou não?

Nada demais.

O presidente da República passeando de moto com um amigo na garupa.

Os não sei quantos milhões de brasileiros que estão com Bolsonaro verão algo de errado nessa imagem?

Claro que não!

Pois isso – essa banalização – é que é assustador.

Experimente você, um anônimo, sair por aí de moto, com um amigo na garupa, os dois sem capacetes.

Logo, logo, serão parados porque estão fazendo o que não é permitido por lei.

Parece bobagem, mas não é.

O gesto do presidente é forte.

É simbólico.

É desafiador da legalidade.

É coisa de quem diz “mando eu e faço como quero”.

Alguns, mais agressivos do que eu, dirão que é pura molecagem – mas não quero chegar a esse nível.

Prefiro ver, no conjunto do comportamento do Bolsonaro, nas coisas pequenas e nas grandes, o que ele realmente é e – pior – o que ele de fato quer para o Brasil estando na condição de presidente da República.

Hoje, legitimado pelo voto popular. Amanhã – quem sabe?

É isso o que há de grave nessa imagem que, para muitos, não tem qualquer importância.