“Está no meu querer poder fazer você desabar”, diz a música de Caetano que o ministro Barroso sugere como dica cultural. Será uma indireta para Bolsonaro?

“Nem tente
Manter as coisas como estão porque não dá, não vai dar”

O presidente Jair Bolsonaro chamou o ministro do STF Luís Roberto Barroso de “filho da puta”.

O palavrão saiu em todos os jornais e sites noticiosos.

Bolsonaro não tem postura de presidente.

Bolsonaro não tem compostura.

Bolsonaro não conhece a liturgia do cargo que ocupa.

Na sua briga com o Supremo, mira, agora, os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Alexandre de Moraes mandou prender Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB.

O presidente tem como aliada gente como Jefferson, que Jânio de Freitas classificou como “marginal” em artigo na Folha de S. Paulo.

“Marginal”, assim mesmo, sem tirar nem pôr.

Mas, voltando a Barroso.

O ministro usou suas redes sociais para dar umas dicas culturais.

São indiretas a Bolsonaro?

Entre essas dicas, além do livro Torto Arado, está uma música de Caetano Veloso.

É Não Enche, do álbum Livro, que o artista lançou em 1997.

Se você não conhece, aí está o vídeo de Não Enche, captado durante a turnê Livro Vivo, que Caetano Veloso fez em 1998/1999.

Depois do vídeo, tem a letra completa.

NÃO ENCHE

Caetano Veloso

Me larga, não enche
Você não entende nada, eu não vou te fazer entender
Me encara de frente
É que você nunca quis ver, não vai querer, não quer ver
Meu lado, meu jeito,
O que eu herdei de minha gente, nunca posso perder
Me larga, não enche,
Me deixa viver (4x)
Cuidado, oxente!
Está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto, Nem tente
Manter as coisas como estão porque não dá, não vai dar.
Quadrada, demente,
A melodia do meu samba põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar (4x)
Eu vou clarificar a minha voz
Gritando: nada mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você
Harpia, aranha,
Sabedoria de rapina e de enredar, de enredar
Perua, piranha
Minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua!, se manda,
Sai do meu sangue, sanguessuga, que só sabe sugar
Pirata, malandra,
Me deixa gozar (4x)
Vagaba, vampira,
O velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada, mesquinha,
Pensa que é a dona, eu lhe pergunto: quem lhe deu tanto axé?
À toa, vadia,
Começa uma outra história aqui na luz deste dia D
Na boa, na minha,
Eu vou viver dez,
Eu vou viver cem,
Eu vou viver mil,
Eu vou viver sem você
Vagaba, vampira,
O velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada, mesquinha,
Pensa que é a dona, eu lhe pergunto: quem lhe deu tanto axé?
À toa, vadia,
Começa uma outra história aqui na luz deste dia D
Na boa, na minha,
Eu vou viver dez,
Eu vou viver cem,
Eu vou viver mil,
Eu vou viver sem você, eu vou viver sem você,
Na luz desse dia D
Eu vou viver sem você.