‘Nenhum ladrão, nenhum corrupto’, disse ex-ministro da educação ao falar sobre o MEC em evento da UFPB; veja vídeo

A fala de Ribeiro, negando a presença de corrupção no Ministério da Educação (MEC), foi justamente o motivo pelo qual ele, dois assessores e mais dois pastores, foram presos nesta quarta (22).

Ministro da Educação Milton Ribeiro na UFPB. Foto: (Aline Lins/Divulgação/UFPB)

“Nenhum ladrão, nenhum corrupto”, disse o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, em um evento na UFPB no mês de abril. A fala voltou a repercutir após a prisão dele, nesta quarta-feira (22), por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do MEC. Ribeiro também é investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

A presença do ex-ministro na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, aconteceu há 2 meses, quando as investigações já estavam em curso.

“Uma das coisas que todos aqui presentes podem ter certeza, isso eu quero dizer, é o meu compromisso de que vocês não tem sentado na cadeira ali do nosso MEC, nenhum ladrão, nenhum corrupto, e duas coisas tem que pautar a vida de um homem público: é a competência e a honestidade”, disse o ex-ministro.

A fala de Ribeiro, negando a presença de corrupção no Ministério da Educação (MEC), foi justamente o motivo pelo qual ele, dois assessores e mais dois pastores, foram presos. A Polícia Federal prendeu o ex-assessor do MEC, Luciano de Freitas Musse, o ex-assessor da prefeitura de Goiânia, Helder Bartolomeu, além dos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura

Início das investigações

A suspeita de um esquema de corrupção surgiu a partir de um áudio divulgado, onde Ribeiro dizia, em reunião com prefeitos, que repassa verbas para municípios indicados por dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os pastores a que o ministro se refere no áudio são Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles não têm cargo no governo, mas participaram de várias reuniões com autoridades nos últimos anos.

O mandado foi expedido no âmbito da operação “Acesso Pago”, deflagrada da Polícia Federal (PF) com o objetivo de investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos da educação a pastores aliados do governo Bolsonaro.

Apesar da prisão ter sido realizada, já nesta quinta-feira (23) o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cassou a prisão preventiva. Também devem ser soltos Gilmar, Arilton, Helder Diego e Luciano.