Anísio vê manobra para manter Wilbur na Companhia Docas

O deputado Anísio Maia (PT) disse ontem que a permanência de Wilbur Jácome na presidência da Companhia Docas da Paraíba é fruto de uma manobra do governo do Estado, que ainda não teria reunido o Conselho Administrativo da Companhia para eleger outro presidente. Em março desse ano, Wilbur entregou o cargo ao governador Ricardo Coutinho depois que gravações em que ele atacava de forma grosseira a presidente da República Dilma Roussef (PT) foram divulgadas. Na época, o governador aceitou o pedido de demissão do auxiliar, mas Wilbur permanece à frente da Companhia até os dias atuais.

De acordo com o parlamentar, o governo estaria protelando a substituição do presidente da Docas, à medida que o Conselho Administrativo presidido pelo secretário de Infraestrutura do Estado, Inácio Bento Moraes, não é convocado.

O presidente estadual do PT, Charliton Machado, disse que a decisão de manter o auxiliar na direção da Companhia não interfere na aliança entre os partidos PSB e PT para as eleições desse ano. Entretanto, o posicionamento da direção do PT em relação ao auxiliar permanece a mesma.

Wilbur Jácome disse à reportagem que deixou o cargo à disposição do governador do Estado, mas que o gestor apenas indica o presidente e quem dá posse é o Conselho Administrativo. Para ele, o governador entendeu que não houve motivos que justificassem sua saída da companhia. "Eu não sai de casa para agredir ninguém. O que houve foi a exploração política de uma fala, por pessoas mesquinhas", disse.

Embora permaneça atualmente no cargo, Wilbur disse que negociou com o governador a sua saída da Companhia para o fim desse mês por motivos particulares. Ele foi convidado para trabalhar em uma operação de comércio internacional, que envolve fornecedores da China, EUA e Brasil. Ele avaliou de forma positiva a sua gestão, já que entrega o Porto com aumento de 45% na movimentação em relação ao que existia quando iniciou a administração. Os secretários de Comunicação e de Infraestrutura do Estado, Luís Torres e Inácio Bento, respectivamente, foram procurados para comentar o assunto, mas não responderam até o fechamento desta edição.