Por ANGÉLICA NUNES
A possibilidade da entrada do ex-presidente Lula (PT) na corrida eleitoral em 2022 acabou acelerando a necessidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) definir seu futuro partidário. Uma das negociações mais avançadas é a sua volta para o PSL, partido que o elegeu em 2018.
Embora a relação esteja desgastada com os filhos do presidente, o deputado federal Julian Lemos (PSL), tem demonstrado entusiasmo com a ‘volta pra casa’ do presidente: ‘jamais deveria ter saído’.
O paraibano é vice-presidente Nacional do PSL e foi coordenador da campanha eleitoral do presidente em 2018. Ao Conversa Política, o paraibano defendeu que o PSL é o melhor lugar para o presidente estar, se quiser ganhar as eleições do próximo ano.
“Não existe outro lugar para o presidente estar do que o PSL. Ele tem tudo o que ele precisa para concorrer a uma eleição, sem precisar se submeter a algum risco de ter uma candidatura sabotada”, declarou Julian Lemos.
Nesse eventual retorno ao PSL, Julian terá que lidar com os filhos do presidente – Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro – com os quais nutre arestas desde o racha interno do partido.
Sobre isso, o deputado disse que, embora algumas vez seja atacado injustamente por eles, vai tentar administrar porque “isso é pequeno diante que tudo está em jogo, que é o Brasil”.
Depois que saiu do PSL e ficou sem partido, o presidente Jair Bolsonaro bem que tentou criar uma nova legenda. O Aliança pelo Brasil, embora tenha o apoio de alguns deputados bolsonaristas, a exemplo do Cabo Gilberto (PSL), não vingou.
Por outro lado, Julian tem motivos bem pessoais para apostar na volta de Bolsonaro ao PSL. É que a relação dos dois foi fundamental para a vitória do paraibano em 2018 e o retorno dele pode dar aquela forcinha no projeto de reeleição para deputado federal. Uma espécie de “segunda onda” bolsonarista.
Decide em março
Numa live transmitida em suas redes sociais, nesta quinta-feira (11), Bolsonaro não quis cravar a ida ao PSL, apesar de ser quase certo, tendo em vista a força do partido no quesito fundo partidário e tempo no guia eleitoral. Essas ferramentas serão importantes na massificação da mensagem, numa eventual disputa com Lula.
Na transmissão, ele afirmou que firmará decisões sobre filiação ainda em março, após ouvir parte dos integrantes do PSL. “Eu quero tomar a decisão depois de ouvir vocês (apoiadores), ou melhor, a grande maioria de vocês, porque tem meia dúzia lá que não dá para conversar, que destruíram todas as pontes ao longo dos últimos anos em causa própria, mas tudo bem”, comentou.
