Vaga para o Senado: Aguinaldo se coloca no jogo para evitar que Efraim “passeie” sozinho

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Vaga para o Senado: Aguinaldo se coloca no jogo para evitar que Efraim "passeie" sozinho

O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) começou a trabalhar de maneira mais explícita a sua possível candidatura ao Senado ano que vem. Já faz isso discretamente, mas manda recados.

Hoje (19), o prefeito Cícero Lucena, do mesmo partido, disse que o apoia na empreitada. Uma fala nada gratuita. Cícero é aliado e parceiro do governador do estado, João Azevêdo (Cidadania), que não fala no assunto, mas já faz as contas para saber qual a melhor opção para o projeto de reeleição.

As ações discretas de Aguinaldo são uma espécie de contraofensiva aos avanços do deputado federal Efraim Filho (DEM), que, obstinado, articula apoio de prefeitos, deputados estaduais, federais e lideranças pelo estado, com objetivo de viabilizar-se como o melhor nome da majoritária governista.

Aguinaldo não tem o que perder. A situação é confortável. Tem apoio na capital do prefeito, que é fundamental e, mesmo que seja preterido pelo governo do estado, pode sair candidato pela oposição. Afinal, não está nem lá nem cá. Não é nem “peixe nem carne”; nem em âmbito local, nem nacionalmente. Estará onde houver maior garantia de vitória, onde a conjuntura for mais favorável.

Essa busca por espaço a única vaga ao Senado já foi tema de um outro post no Conversa Política, quando registramos que Aguinaldo seria o principal obstáculo para consolidação do nome de Efraim, que vem se fortalecendo.

A relação com o governo Bolsonaro, dependendo da conjuntura e polarização da eleição ano que vem, também de pode ser uma pedra para tirar do sapato para o coordenador da bancada federal. De qualquer forma: quem estará mais forte em 2022 para ser o candidato de João Azevêdo ao Senado?

Obstáculos narrativos

Aguinaldo tem uns obstáculos na construção da narrativa da candidatura. Um delas é que o federal é irmão de um senadora, Daniella Ribeiro (PP). Vai ter que convencer a população que vale a pena ter dois senadores “da mesma casa”, numa mesma Casa Legislativa. Qual grupo político deseja facilitar a construção dessa “força”.

Tem ainda o dominó geográfico. Uma vitória dele seria o absoluto domínio campinense no Senado até 2026. Sem representante paraibano da capital ou do Sertão.

Além disso, o fortalecimento dos Ribeiro, enfraquece outros grupos político da cidade, como os Cunha Lima e os Vital do Rêgo. Como ninguém joga só, uma aliança para algum dos lados vai se efetivar.

Vamos acompanhar.