Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
Em nota técnica enviada, nesta sexta-feira (28), para as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, o Ministério da Saúde oficializou o que tinha anunciado ontem: a destinação nas próximas remessas de doses da vacina contra Covid-19 para trabalhadores da educação de todo o país.
Em reunião da Comissão Integestores Triparte (Ministério da Saúde, Estados e Municípios), foi pactuado iniciar a vacinação desses profissionais ao mesmo tempo que acontece a imunização de outros grupos prioritários, como pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com deficiência e comorbidades.
No documento, a Coordenadora Geral do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana, afirma que a vacinação dos trabalhadores da educação deve ser na seguinte ordem de prioridade:
- profissionais de creches, pré-escolas;
- ensino fundamental;
- ensino médio;
- profissionalizantes;
- EJA;
- ensino superior
De acordo com o MS, a justificativa para a antecipação da vacinação deste grupo diz respeito aos importantes impactos sociais ocasionados pela Covid-19 na educação infantil com a necessidade de volta às aulas presenciais. Estes impactos seguramente estão sendo mais importantes justamente nos grupos sociais menos favorecidos e que tem por exemplo dificuldade ou mesmo inviabilidade para uma adesão ao ensino a distância.
“Ressalta-se ainda que as creches e escolas contribuem não apenas para a educação, mas também para a segurança alimentar das crianças, cumprindo ainda outras atribuições sociais importantes. O ambiente escolar traz, no entanto, elevado risco de exposição a vírus respiratórios aos trabalhadores da educação tendo em vista que crianças são habitualmente peças chaves na transmissão destes vírus, o que justifica a vacinação deste grupo de trabalhadores”, registrou o documento.
Onde vacinação de trabalhadores da educação já começou
Cidades como João Pessoa, Cabedelo e Bayeux já tinham começado a vacinação desses trabalhadores, mesmo sem essa autorização do MS. Isso porque estavam usando doses “ociosas” de grupos anteriores para poder avançar na imunização e evitar que as doses ficassem “guardadas”.
Com a decisão, o MS autoriza que todas as cidades façam o mesmo que João Pessoa, mas, agora, o governo federal vai se responsabilizar a enviar doses específicas para esses profissionais da educação, nas próximas remessas.
