João solta (in)direta a Bolsonaro para criticar proposta de “flexibilizar” uso de máscara

Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA

João solta (in)direta a Bolsonaro para criticar proposta de "flexibilizar" uso de máscara
Foto: Francisco França/Secom-PB

Alheio à repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender hoje (11) a desobrigação do uso de máscaras para vacinados e recuperados da Covid-19. Dessa vez, no entanto, foi irônico ao afirmar que a decisão final será de governadores e prefeitos. Se depender do governador João Azevêdo (Cidadania), a Paraíba não vai se engajar nesta proposta irresponsável.

Em evento hoje, para anúncio da instalação de uma usina fotovoltaica e uma fábrica de painéis solares, João Azevêdo disse que, mesmo vacinado com a segunda dose, segue usando máscara porque tem responsabilidade com a saúde pública.

“Não acreditem em histórias que dizem por aí de que máscaras não são importantes. Máscaras são importantes e todo mundo tem que usar. Eu já tomei as duas doses da vacina e continuo usando máscara porque eu posso, mesmo tendo sido vacinado, contrair doença de uma forma leve. Entretanto, eu posso contaminar uma pessoa que não tenha tomado a vacina e ela ter a forma grave da doença e morrer”, afirmou o governador.

A declaração foi uma resposta direta à ideia anunciada, ontem, por Jair Bolsonaro de solicitar ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um parecer para liberar vacinados e recuperados da Covid de usar máscaras.

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“Quem já foi infectado e quem tomou vacina não precisa usar máscara. Quem vai decidir é ele [ministro Queiroga], dar um o parecer. Se bem que quem decide na ponta da linha é o governador e prefeito, eu não apito nada. É ou não é? Segundo o Supremo, quem manda são eles. Nada como você estar em paz com a sua consciência”, ironizou Bolsonaro.

O apito a que se referiu o presidente é a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, de que estados e municípios têm direito de tomar medidas para conter a pandemia.