Entidades cobram revisão dos salários em edital do concurso da Fundação PB Saúde

Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA 

Entidades cobram revisão dos salários em edital do concurso da Fundação PB Saúde
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Entidades de classe da área da Saúde estão cobrando do governo da Paraíba a revisão dos salários previstos no edital do concurso da Fundação PB Saúde. O certame foi lançado no último sábado (3), com inscrições previstas para a próxima quarta-feira (7) e prevê mais de 320 vagas e mais 4.075 de cadastro de reserva, para áreas administrativas e assistenciais.

O Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região (CRN-6), Sindicato de Nutricionistas da Paraíbas (Sindinutri-PB), Sindicato dos Enfermeiros da Paraíba (Sindep-PB) e o da Fisioterapia também querem pressionar o governo para que sejam ampliadas o número de vagas e que o edital inclua mais benefícios aos profissionais da saúde.

Para o presidente do CRN-6, nutricionista Samuel Paulino, o concurso é um verdadeiro descaso com a saúde da Paraíba, em especial ao salário, que considera vergonhoso. “Oferecer R$ 1.500 para um nutricionista trabalhar 40h, por semana, é um completo descaso com o profissional. Em um período em que vemos o quanto os profissionais de saúde estão sendo requisitados para enfrentarmos juntos a pandemia do novo coronavírus, um governo oferecer essa remuneração é não se importar com as pessoas”, critica.

Além disso, Samuel Paulino chama atenção para a quantidade de vagas ofertadas. “Existe um déficit maior no estado. Existem parâmetros que não foram respeitados, não foram estudados para a determinação da quantidade de vagas”, afirma Samuel.

Além de questionar o salário de R$ 1.500, o Sindep-PB também reclama do valor ‘reajustado’ de R$ 120 como plantão extra aos enfermeiros, o mesmo que já seria pago já 6 anos. “Consideramos indigno, injusto e insuficiente para uma categoria que exerce seu trabalho visando sempre o bem-estar do paciente, além de exercer a responsabilidade pela qualidade dos serviços prestados na área da saúde”, diz a categoria, em nota.

Resposta

Em explicação enviada à imprensa, no sábado, o secretário de Saúde Geraldo Medeiros afirmou que edital divulgou apenas o salário base previsto na CLT, sem especificar impactos de férias com adicional de 1/3, 13º salário, descanso semanal remunerado, recolhimento de FGTS, além de correção salarial anual por meio dos acordos trabalhistas.

Além disso, justifica Geraldo, a PB SAÚDE terá uma Bolsa de Incentivo ao desenvolvimento institucional, provento na modalidade de rendimento isento e não tributável, com acréscimo médio de 26% do salário-base, ao qual farão jus os empregados que atingirem os desempenhos previstos no edital da bolsa, cuja adesão poderá ser optada pelo empregado que for aprovado no período de experiência de 90 dias, momento no qual o contrato de trabalho provisório é substituído por um contrato por tempo indeterminado.

Apesar das justificativas, as entidades planejam realizar um protesto para todos os profissionais de saúde em frente ao Palácio do Governo, nesta terça-feira (6).