Bolsonaro oficializa o ‘terrivelmente evangélico’ André Mendonça como ministro do STF

Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA

Bolsonaro oficializa o 'terrivelmente evangélico' André Mendonça como ministro do STF
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou o advogado-geral da União, André Mendonça, como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ato foi oficializado no Diário Oficial da União de hoje (13), mas a escolha pelo ‘terrivelmente evangélico’ já havia sido confirmada pelo presidente, colocando por terra a possibilidade do PGR Augusto Aras ir para o posto e, por tabela, levar o paraibano Eitel Santiago para a sua vaga.

Bolsonaro antecipou que tinha a intenção de indicar Mendonça para a cadeira na semana passada. Segundo o presidente, ele é a pessoa “ideal” e “muito boa” para o Supremo. Hoje, ele postou no Twitter uma entrevista que deu à imprensa no mesmo dia, afirmando do pedido para que ele faça uma oração por semana, antes das sessões plenárias.

Após a oficialização de seu nome, Mendonça divulgou nota em que agradece a indicação e diz que reafirma a defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito.

André Mendonça deve ocupar a vaga deixada com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio ontem (12). Isto porque, para assumir o cargo, ele terá que se submeter a uma sabatina no Senado Federal e sua indicação será votada no plenário. Ele precisará da maioria (41) dos votos dos 81 senadores para se tornar apto a ocupar a cadeira de ministro.

Currículo

Mendonça é pastor evangélico, mas também tem amplo conhecido jurídico e conduta considerada ilibada, pré-requisitos necessários para a cadeira no Supremo. Pós-graduado em direito pela Universidade de Brasília (UnB), André Mendonça é pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília.

Ele é doutor em estado de direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Mendonça também já ganhou o Prêmio Innovare, que premia boas práticas do Poder Judiciário.

O ministro, que como titular da AGU participou das sessões do Supremo Tribunal Federal (STF) e manifestou as posições da União em processos na Corte, tem interlocução com ministros do Tribunal.

Mendonça chefiou a AGU entre janeiro de 2019 e abril de 2020, depois foi nomeado ministro da Justiça. Em março de 2021, ele voltou para a AGU.