Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA
O governador João Azevêdo (Cidadania) admitiu, hoje (16), que o seu gabinete está “com as portas abertas” para receber o ex-presidente Lula (PT). “Se evidentemente for convidado para participar dessa solenidade”, disse, em um evento em João Pessoa, com a presença de lideranças petistas que apoiam seu governo, como os deputados federal Frei Anastácio e estadual Anísio Maia.
Um dos obstáculos, que poderia ser a executiva nacional do Cidadania, João Azevêdo superou quando obteve o aval da legenda para apoiar o petista na disputa presidencial do ano que vem. Em seu caminho, no entanto, tem a figura do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que trabalha para construção de uma candidatura da oposição em confronto ao projeto de reeleição de João Azevêdo.
Frei Anastácio informou ainda que viajará esta semana a Brasília, para dar prosseguimento às articulações para construção do palanque de Lula na Paraíba. “Precisamos fortalecer a candidatura de Lula. O que está em jogo é um projeto de governo contra tudo que de ruim, instalado no Brasil, com a chegada de Bolsonaro ao poder”, afirmou.
Intervenção de Ricardo
Sobre a movimentação contrária, João minimizou uma possível intervenção que Ricardo Coutinho possa forçar contra a manutenção da aliança para 2022, após concretizada a sua filiação ao Partido dos Trabalhadores e das lideranças que devem segui-lo, as deputadas Estela Bezerra e Cida Ramos, o deputado Jeová Campos, e a ex-prefeita Márcia Lucena.
“A chegada de alguém ou não vai ser discutida posteriormente, se vai mudar ou não com a entrada ou chegada. O que nos interessa é isso, manter essa relação, principalmente baseada numa forma republicana, sem atropelo, sem tratorar, ouvindo as pessoas. Política se faz ouvindo os dois lados, sem atropelo”, afirmou.
Lula em setembro
A expectativa dos petistas é que Lula venha a Paraíba em setembro. O ex-presidente iniciou sua caravana pelo Nordeste, ontem (15), começando por Pernambuco, mas excluiu a Paraíba do roteiro. Apesar de Ricardo Coutinho negar relação com a racha interno dentro do seu futuro partido, essa é a impressão que ficou de quem observa de fora.
