Covid-19: Ministério da Saúde pretende revacinar toda a população em 2022

Ministro Queiroga deve apresentar planejamento nos próximos dias.

Ministro da Saúde em exercício, Rodrigo Cruz, falou sobre aplicação de doses de reforço para quem tem mais de 6, anos / Foto: TV Cabo Branco
Covid-19: Ministério da Saúde pretende revacinar toda a população em 2022
Foto: reprodução/TV Cabo Branco

O governo pretende revacinar toda a população contra a covid-19 no ano que vem, mas ainda não se sabe de onde virá o dinheiro para comprar as doses.

Em entrevista ao Valor, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que o ministro Marcelo Queiroga deve apresentar nos próximos dias um planejamento vacinal e para o manejo sanitário da pandemia em 2022.

A ideia é, além de adquirir uma dose por pessoa, assegurar a opção de compra em caso de necessidade de nova revacinação.

“A gente conversa com laboratórios. A Europa e grande parte dos países que já fecharam contrato para o ano que vem têm ido com essa estratégia de reforço: revacinação com uma dose por pessoa”, disse.

Mas a indefinição sobre os recursos para garantir os imunizantes vem gerando receio entre secretários estaduais e municipais da área. O principal foco de preocupação é a drástica queda prevista no Orçamento para o combate à pandemia em 2022.

No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado em agosto ao Congresso, a previsão para essa rubrica é de R$ 7 bilhões. O volume é pouco se comparado aos R$ 42,2 bilhões desembolsados em 2020 e dos R$ 47,1 bilhões autorizados neste ano, segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula.

“Estamos preocupados porque o que tem previsto para o enfrentamento da pandemia em 2022 são R$ 7 bilhões. Nem para comprar vacinas daria”, disse Lula ao Valor.

Orçamento

Rodrigo Cruz, porém, assevera que dinheiro não faltará. Com o Orçamento engessado por conta do teto de gastos, a pasta conta com os recursos a serem liberados em caso de aprovação da PEC dos Precatórios, que deve gerar uma folga de R$ 33 bilhões que seriam destinado ao pagamento dessas dívidas judiciais. Sem a PEC, restaria pedir a abertura de crédito suplementar ao Congresso.

Em 2020, o Brasil desembolsou R$ 2,2 bilhões dos R$ 24,5 bilhões previstos para a aquisição de vacina e insumos, segundo o Painel de Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19 do Tesouro Nacional. Neste ano, já foram gastos R$ 13,2 bilhões de ante um total previsto de R$ 26,2 bilhões.

“A principal mensagem que a gente precisa passar não só para o mercado, mas para a sociedade, é que o governo federal fez e fará todos os esforços para garantir a vacinação para todos os brasileiros”, afirmou Rodrigo Cruz.

Além dos imunizantes, será necessário planejar o atendimento de pessoas com sequelas da covid-19 e a grande quantidade de cirurgias e procedimentos eletivos represados por conta da pandemia.

O governo deve atender o pleito de Estados e municípios e manter ao menos 5 mil dos 25 mil novos leitos de UTI abertos durante a pandemia, segundo Cruz. Antes da pandemia, o país tinha 20 mil leitos, número que chegou a 45 mil. Caso se confirme a medida, o país terá 20% leitos a mais do que antes da chegada da covid-19.

Com informações do Valor Econômico