Cícero cogita utilizar cimento usado em “construções romanas” na barreira do Cabo Branco

O prefeito falou sobre o assunto em reunião com o professor Angel Paloma, do Instituto de Ciências de lá Construcción Eduardo Torroja, em Madri.

Prefeito quer construir uma estrada contornando a falésia, no projeto de alargamento da orla de João Pessoa. (Foto: Secom-JP/Divulgação).
Cícero cogita utilizar cimento usado em "construções romanas" na barreira do Cabo Branco
Foto: Secom-JP/Divulgação

O prefeito Cícero Lucena (PP) cogitou a possibilidade de usar um cimento híbrido, do mesmo tipo do que foi utilizado em construções romanas que datam de dois mil anos. O prefeito tratou do assunto em reunião com o professor Angel Paloma, do Instituto de Ciências de lá Construcción Eduardo Torroja, em Madri, capital da Espanha.

É algo espetacular e que vai dar certo. Vamos importar este cimento e, após elaborar o projeto e fazer as devidas análises técnicas, vamos poder agir”, explicou o gestor.

O encontro, ontem (17), divulgado nesta quinta-feira (18), pela prefeitura, foi na casa do especialista, na Espanha. Na reunião, de acordo com a assessoria, os dois conversaram sobre materiais e técnicas a serem utilizadas na estabilização da barreira do Cabo Branco.

Cimento romano

O “cimento romano”, segundo explicação da revista Veja, publicada em 2017, era feito com cinzas vulcânicas, cal e um ingrediente especial – água do mar. Os elementos dessa “receita original” formam a tobermorita aluminosa, que fica cada vez mais forte com o passar do tempo.

A revista destacou que, segundo um estudo divulgado no periódico American Mineralogist, o processo de obtenção do concreto romano causa menos impactos ambientais do que a versão moderna e poderia ser adotado nas construções atuais.

A qualidade do material também foi reforçada em reportagem da Revista Planeta, de janeiro deste ano. O concreto desenvolvido pelos romanos, citado pelo prefeito de João Pessoa, fortalece-se com o tempo e, segundo a reportagem, foi usado na construção de barreiras marinhas e sobreviveu por mais de dois milênios porque a água do mar dissolve as cinzas vulcânicas na mistura, levando à formação de tobermorita aluminosa. “Como a tobermorita aluminosa é um cristal, torna o concreto mais estável quimicamente e mais forte”, registrou a reportagem.

Parceria

O prefeito afirmou que o professor Angel e a professora Ana Maria se colocaram totalmente à disposição. Cícero cogita utilizar cimento usado em "construções romanas" na barreira do Cabo Branco

“Eles conhecem os professores da Universidade Federal da Paraíba e se disseram alegres em poder compartilhar seu conhecimento conosco”, destacou o prefeito.

Mais cedo, Cícero esteve no próprio Instituto, mas o professor Ângelo não pode participar por estar se recuperando de um pequeno acidente.

Viagem internacional

Como informado pela assessoria, Cícero tem participado de uma série de eventos e reuniões na Europa, representando os interesses da cidade. Esteve em Glasgow, na Escócia – onde participou da Conferência das Nações Unidas sobre as  Mudanças Climáticas (COP-26) – e em Barcelona, onde participou do Smart City Expo World Congress, principal evento mundial sobre iniciativas inteligentes para o desenvolvimento urbano.

Com perdão do trocadilho, esperamos que haja uma solução concreta (romana ou brasileira) para a Barreira do Cabo Branco e para os problemas da capital.