Análise: Bolsonaro tenta convencer seu eleitorado de que a disputa deste ano é de “vida ou morte” para o país

O presidente fala para 25% de eleitorado que não abre mão dele. Quer convencer a outros tantos que ele é vítima de um sistema que não o deixou governar e que foi vítima de uma fraude. Assim, espera ganhar vida, se tiver um morte eleitoral. 

Comércio em Aparecida, no Sertão. Foto: Beto Silva
Análise: Bolsonaro tenta convencer seu eleitorado de que a disputa deste ano é de "vida ou morte" para o país
Comércio em Aparecida, no Sertão. Foto: Beto Silva

O presidente Jair Bolsonaro (PL) trata a eleição deste ano como um caso de “vida ou morte”. Tenta convencer seu eleitores desse cenário. Por isso, não há jogo ganho para Lula, muito menos sem a terceira via. E, mesmo ganho, não haverá aceitação.

Agora, no governo, jogou o “chamado” equilíbrio fiscal pelo espaço para chegar, no mínimo, a casa dos 30% nas pesquisas. Teve o aval do ministro Paulo Guedes, o neoliberal para os próprios interesses e preposto do populismo fiscal do chefe.

Turbinou o Auxílio Brasil somente no ano eleitoral (ao menos os mais vulneráveis vão sofrer menos), perdoou devedores do Fies, aparelhou o Exército e as Forças de Segurança, dando benesses, garantindo aumentos e proteção.

No Congresso, distribuiu dinheiro secreto para os escolhidos do Centrão e vitaminou a base aliada na “janela partidária”, com PL, PP e Republicanos somando mais de 170 votos; retira impostos para camuflar erros na economia e na política e não porque merecemos um sistema tributário mais justo.

Enfim, estamos diante de mais um estelionato eleitoral.

Anuncia golpe

Nessa pré-campanha, o presidente deixa claro, com formas distintas, que não vai entregar o governo se perder. Continua afirmando que, sem contagem manual de votos, será fraude. Alega que a normalidade é ele, o resto é comunismo e perigo. Demoniza o judiciário, enquanto controla o Centrão distribuindo dinheiro.

Seu vice será um militar da reserva, Braga Neto, que garante a militarização de um eventual novo governo ou de um eventual impeachment (ou medo dele) em um novo mandato.

O presidente fala para 25% de eleitorado que não abre mão dele. Quer convencer a outros tantos que ele é vítima de um sistema que não o deixou governar e que foi vítima de uma fraude. Assim, espera ganhar vida, se tiver um morte eleitoral.

A aposta na polarização e no resgate de velhos fantasmas que o beneficia. No interior da Paraíba, como já dissemos, a disputa  dos extremos já está nas ruas.

A tempestade eleitoral só está começando e para presidente o tempo de tormenta é o mais favorável.

Análise: Bolsonaro tenta convencer seu eleitorado de que a disputa deste ano é de "vida ou morte" para o país
Comércio em Aparecida, no Sertão. Foto: Beto Silva