A oposição tem se divertido com a disputa interna por espaços na base do governador João Azevêdo (PSB). A ‘pimenta’ mais recente é do deputado Ruy Carneiro (PSC). Apoiador da pré-candidatura de Pedro Cunha Lima (PSDB), ele convidou o Republicanos a acompanhar o pré-candidato ao Senado, o deputado Efraim Filho (União Brasil), e apoiar o projeto político dos tucanos na Paraíba.
“O Republicanos será muito bem-vindo à oposição na Paraíba. Mesmo estando em campos opostos até agora, temos mantido uma relação respeitosa com o partido e com seus líderes no Estado. Estamos de braços abertos para dialogar sobre um futuro melhor para a Paraíba”, disse Ruy, durante reuniões de trabalho no interior do Estado.
Na avaliação de Ruy, o governador tem agido com desprezo às lideranças do Republicanos, a exemplo do presidente estadual Hugo Motta, do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, e até mesmo com o líder da sua base na Assembleia, o deputado Wilson Filho.
“Este governo é marcado pela inércia, pela lentidão. Perdeu o apoio de Veneziano, perdeu Efraim, perdeu a candidatura de Aguinaldo ao Senado, e está prestes a perder uma legenda com o porte do Republicanos, que hoje comanda um dos Poderes do Estado e deverá fazer a maior bancada na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa”, alfinetou Ruy.
Agendas separadas
O governador tem evitado o embate, insiste na manutenção do diálogo com o Republicanos. O distanciamento, no entanto, tem sido visível no grupo, que cumpriram agenda em separado.
Na noite desta sexta-feira (17), por exemplo, João cumpriu agenda administrativa acompanhado do vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro (Progressistas), apontado como seu futuro candidato a vice da sua chapa à reeleição. À noite, esteve no São João de Bananeiras ao lado do deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas), o pivô da crise com o Republicanos.
Já Hugo Motta percorreu o Sertão ao lado de Efraim. Na comitiva, estavam Adriano Galdino e Wilson Santiago, além do deputado Galego de Souza, que é o do partido de Aguinaldo, mas defende o projeto do União Brasil ao Senado.
Todos muito interessados em seus bolsos, o voto do povo é uma detalhe, fácil de “comprar”, já que as opções, que dialoguem com o povo, parecem bater cabeça, e tem pouco a propor. No frigir dos ovos pagaremos a conta e os tubarões comem peixe pequeno.