CONVERSA POLÍTICA
Opinião: Romero fica com Pedro porque é onde terá mais chance de ser deputado federal
Qual seria o tamanho da sua força e da sua influência se aproximando do governador? E quantos aliados de hoje votariam nele, fariam campanha para ele, se fosse para base do governador? O ex-gestor não está disposto a arriscar.
Publicado em 28/01/2022 às 14:52 | Atualizado em 28/01/2022 às 15:12
O ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), dá mais um passo em direção ao caminho que considera ser o mais seguro e mais garantido para o futuro político: o de conseguir um mandato de deputado federal neste ano de 2022.
O ex-gestor já demostrou que não está disposto a arriscar.
Ao anunciar que apoia a candidatura ao governo do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), na manhã desta sexta-feira (28), fim do primeiro mês do ano eleitoral, faz um conta simples: onde terá mais chances de se eleger?
No grupo que sempre esteve, com os Cunha Lima e afins, com apoio da segunda maior prefeitura do estado, com possível espólio eleitoral de Pedro, ao lado de quem ainda é base, ou em um ambiente desconhecido?
Outras perguntas: qual seria o tamanho da sua força e da sua influência se aproximando do governador João Azevêdo (Cidadania)? E quantos aliados de hoje votariam nele, fariam campanha para ele, se fosse para base do governador?
Sem garantias e com muito mais risco
Não havia garantias que ele seria o nome escolhido para a vice na reeleição de João. Nem muito menos que a chapa venceria.
Mesmo sem a certeza de que se tornará deputado federal mantendo-se do lado que está, tem, nesse lugar, mais clareza de onde pode chegar e que peças pode mexer.
A dependência é de que também depende ou dependeu dele. Fora isso é ficar apenas esperando alguém valorizar seu capital político, que corre o risco de diminuir.
Num ambiente eleitoral nebuloso como o de agora, de indefinições sobre federações partidárias, Romero só quer uma "pequena sombra" para trabalhar sua candidatura e se eleger.
Político sem mandato só é ouvido se tiver dinheiro. Como parece não ter esse político de "milhões em posses", precisa aproveitar o que resta da lembrança dele como prefeito, necessita da base que fez, que deixou.
Se com a decisão de Romero, Pedro ganha mais do mesmo (pelo menos não perde), precisando conseguir mais de campos diferentes, o ex-prefeito, não. Romero fica com mais do mesmo, mas é "esse mesmo" que ele não pode perder quando o foco principal é ter um mandato de deputado federal.
E os aliados que querem ir para o governo? E as indefinições do PSD? Isso ele vê depois... com menos nuvens no meio do caminho. Aliás, quando os trajetos estão sob nevoeiro, melhor escolher percurso já conhecido. É menos arriscado.
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