POLÍTICA
Delúbio Soares admite caixa dois
Defesa do ex-tesoureiro diz que não houve compra de parlamentares, apenas um "ilícito" eleitoral, o caixa dois.
Publicado em 07/08/2012 às 6:00
O dia de ontem no julgamento foi dedicado à manifestação de cinco advogados de defesa, incluindo os três do chamado "núcleo político" do mensalão --Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
As defesas dos petistas atribuíram a Delúbio a responsabilidade por obter recurso para a legenda. Mas a defesa do ex-tesoureiro diz que não houve compra de parlamentares, apenas um "ilícito" eleitoral, o caixa dois, que é a obtenção de doações sem registro na Justiça Eleitoral.
Ao rebater a afirmação do Ministério Público de que Dirceu tinha "pleno conhecimento das atividades" de Delúbio, o advogado do ex-ministro afirmou: "O próprio Delúbio, quando interrogado, esclarece essa questão".
O defensor de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, atribuiu a Delúbio toda a tarefa de obter, em benefício do PT, dois empréstimos junto aos bancos Rural e BMG. "O Genoino não cuidava das finanças e da administração do partido. [...] O tesoureiro procurou instituições financeiras, negociou os termos dos empréstimos. Isso foi a palavra de Delúbio."
Segundo Pacheco, Genoino manteve reuniões com partidos aliados para analisar "pleitos de deputados, divergências políticas, mas nunca se discutiu sobre apoios financeiros".
O defensor de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, reforçou o discurso de que tudo se resumiu a caixa dois. "Era ilícito mesmo, e Delúbio não se furta a responder pelo que fez, que ele operou, que isso é ilícito. Agora, ele não corrompeu ninguém."
Malheiros também negou relação entre o pagamento a parlamentares e votações no Congresso. "A verdade é que a prova é pífia, é esgarçada, rala, ela não se presta à condenação de Delúbio." Do lado de fora, o advogado disse que integrantes do diretório do PT tinham conhecimento do esquema.
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