POLÍTICA
Fim das coligações causa polêmica
Para alguns deputados o fim das coligações deve levar ao fortalecimento dos partidos.
Publicado em 07/07/2013 às 13:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:20
Durante o debate, já ‘ensaiado’, sobre a reforma política, muitos políticos têm se posicionado favoráveis, inclusive, ao fim das coligações, mas no âmbito da política brasileira ela é, para muitos partidos, a manutenção da garantia de estruturas partidárias para se discutir eleições, especialmente nas majoritárias. Enquanto no plano nacional muito do debate gira em torno das ideologias, para se fortalecer no plano estadual e municipal as ideologias são suprimidas diante da possibilidade de garantir a chegada ao poder.
O fim das coligações é a proposta inicial, mas o deputado Leonardo Gadelha propõe a federação dos partidos que, na prática, seria a obrigatoriedade do partido, ao se coligar no plano nacional, essa decisão valer para todos os diretórios do partido no âmbito estadual e municipal.
O deputado Luiz Couto defende o fim das coligações, mas ao ser indagado se a decisão não prejudicaria partidos pequenos de garantir estruturação de campanha para disputar as eleições, ele aponta como viabilização a união dos partidos em bloco como ocorre na Europa.
Manoel Júnior defende a extinção das coligações que, para ele, são danosas à identidade dos partidos no Brasil. “Os partidos precisam justamente de reestruturação porque com essas coligações o que ocorreu foi a distorção ideológica. É uma verdadeira miscelânea partidária o sistema político brasileiro”.
Ruy Carneiro destaca que o fim das coligações não só fortalecerá os partidos como para que a reforma política seja frutífera para o sistema político brasileiro teria que ser feita em partes com um calendário definido entre os parlamentares até 2014.
Dentre as tantas questões levantadas pelos deputados, Benjamin Maranhão reforça que uma reforma política às pressas, além de não garantir avanços no sistema político, representa uma afronta à Constituição Federal. “Vamos começar a flexibilizar a Constituição Federal a todo custo? Não se pode transformar o Brasil em uma Venezuela com referendos e mutilando a constituição”, frisou.
ALGUNS PONTOS DA REFORMA
Benjamin Maranhão (PMDB)
A favor - do voto proporcional, da lista fechada de candidatos, do fim das coligações, fim da suplência de senador e fim do voto secreto
Contra – financiamento público de campanha
Efraim Filho (DEM)
A favor – mandato de 5 anos para todos os cargos executivos, financiamento público de campanha com permissão para doações de pessoas físicas, do fim das coligações, voto distrital, do fim do voto secreto e da suplência para senador
Contra – a reeleição e o plebiscito
Ruy Carneiro (PSDB)
A favor – fim do voto secreto, fim das coligações, financiamento privado de campanha com restrição para ajudas empresariais e voto distrital
Contra – reeleição
Wilson Filho (PMDB)
A favor – fim das coligações, fim do suplente de senador e financiamento público de campanha
Contra – voto distrital
Manoel Júnior (PMDB)
A favor – fim do voto secreto, exceto para votação de vetos presidenciais, fim da suplência de senador e voto distrital misto
Contra – a reeleição e o plebiscito
Leonardo Gadelha (PSC)
A favor – voto em lista, reeleição desde que o candidato se desincompatibilize para disputar o cargo e fim da suplência para senador
Contra – Fim das coligações
Luiz Couto (PT)
A favor – plebiscito, financiamento público de campanha, fim da suplência para senador, voto em lista
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