POLÍTICA
Governador nomeia nova diretoria do hospital de Patos
Hospital Regional de Patos é alvo de denúncias do Conselho Regional de Medicina.
Publicado em 17/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 26/05/2023 às 17:32
O governador Ricardo Coutinho (PSB) fez mudanças na diretoria do Hospital Regional de Patos (Janduhy Carneiro). Para a diretoria geral do hospital, ele nomeou Adilson de Albuquerque Viana Junior.
Como diretor técnico, foi nomeado João Herbetesuassua Laureano e na chefia do Núcleo de Auditoria foi nomeada Ankilma do Nascimento Andrade. Os atos foram publicados na edição desta sexta-feira (17) do Diário Oficial do Estado.
MPF abre investigação
O Ministério Público Federal (MPF) determinou a abertura de inquérito civil público para apurar as irregularidades constatadas pela fiscalização do Conselho Regional de Medicina (CRM) no Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos, no Sertão do Estado. O objetivo da investigação é identificar os responsáveis pelas irregularidades apontadas no relatório da fiscalização e apurar o descumprimento na jornada de trabalho durante os plantões.
A abertura do inquérito foi determinada pela procuradora Acácia Suassuna, em portaria publicada na edição de ontem do Diário Oficial da Procuradoria da República. A decisão foi baseada no relatório do CRM que constatou 110 irregularidades no hospital, entre elas a ausência de médicos nos plantões, escalas incompletas e a precária situação no atendimento. No texto da portaria, a procuradora revela que a vistoria constatou ainda o “descaso no atendimento de casos de urgência”.
Um dos pontos da investigação será identificar se o número de médicos e demais profissionais de saúde contratados para atuar no hospital é suficiente para atender à demanda e se estes profissionais possuem vínculo com o Estado. O MPF determinou o envio da relação completa dos servidores com seus respectivos vínculos para identificar se são concursados ou servidores temporários. O inquérito vai apurar ainda a atuação das cooperativas médicas no hospital.
O MPF também pediu explicações sobre quais medidas estão sendo tomadas para sanar 110 irregularidades constatadas na vistoria, bem como as escalas de plantão e os prontuários de quatro pacientes que podem sofrido com negligência no atendimento. O CRM também identificou superlotação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), falta de banheiros e problemas de higiene. O atual diretor do hospital, Adilson Viana Junior, disse que só vai se pronunciar sobre o a decisão do MPF quando tiver acesso ao inquérito
SINDICÂNCIA
O MPF também determinou que o CRM instaure uma sindicância para apurar as condutas de oito médicos que atuam no hospital, entre eles o atual diretor-geral Adilson de Albuquerque Viana Junior. Serão investigados os médicos Wostenildo Crispim e Francisca Sonally, que já foram afastados das funções devido a denúncias de ausências nos plantões.
Também integram a lista divulgada no Diário Oficial do MPF os médicos Milton Guimarães de Menezes, Roberto Alves Calumbi, Waerson José de Souza, Fábio Moura Spa e Antônio Segundo Neto. A principal acusação é de não cumprimento das escalas de plantão.
Em dezembro de 2013, o juiz Cláudio Girão Barreto, da 14ª Vara Federal, determinou a aplicação de multa diária no valor de R$ 5 mil, contra o governo da Paraíba, em caso de descumprimento da liminar que obriga a Secretaria de Saúde a sanar as irregularidades identificadas pelo (MPF) no hospital.
SECRETÁRIO PROMETE 'CHOQUE DE GESTÃO'
O diretor do hospital, Adilson Viana Junior, assumiu a direção-geral da unidade no último dia 8 de janeiro, quando a Secretaria Estadual de Saúde começou um processo de realinhamento no atendimento do Janduhy Carneiro. O objetivo da mudança é fazer um 'choque de gestão' para sanar os problemas.
É o que garantiu o secretário de Saúde, Waldson de Souza, ao anunciar as mudanças na diretoria. “Dentre as principais mudanças, a SES está atuando fortemente nas áreas administrativa e técnica, com foco no planejamento completo da unidade articulado com toda a região de saúde”, informou o secretário.
Waldson adiantou que também poderá substituir profissionais de outros setores do hospital, a exemplo dos coordenadores setoriais. “Estamos analisando todas as áreas, desempenho de cada setor e aonde for preciso mexeremos sem a menor distinção. Não há a menor possibilidade de manter alguém sem desempenho técnico adequado”, explicou.
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