POLÍTICA
Lideranças sem isenção
Publicado em 18/03/2012 às 8:00
De acordo com as lideranças, o oportunismo de alguns candidatos seria absurdo ao ponto de tentar se apropriar de realizações conseguidas pelas associações. “Isso é muito comum. Certa vez pedi a troca de 100% da iluminação pública de um trecho de Mangabeira e depois que consegui apareceu um cidadão candidato a vereador querendo dizer que tinha sido conquista dele”, reclama Wallace Albuquerque. Atualmente, a luta é por melhorias no trânsito e combate à violência no bairro, o que, segundo Abimadade Vieira, vem sendo conquistado a partir da aproximação com os governos. “Tenho uma linha direta com autoridades e é esse tipo de relação que estamos procurando atualmente. Isso facilita o contato e a comunicação sobre as demandas do bairro”, justifica.
Mas para o professor e cientista político Ítalo Fittipaldi, essa aproximação pode ser o indício da linha tênue que separaria as lideranças comunitárias dos governantes. “As lideranças comunitárias sabem do poder que podem exercer sobre a comunidade que representam, e algumas já nasceram com esse propósito”, avalia. “Boa parte desses líderes é atrelada aos políticos. Na verdade, eles têm ligações com pessoas que representam a base desses candidatos, por isso não possuem a isenção que pregam muitas vezes”, dispara.
Fittipaldi acredita que essas lideranças são importantes na captação de votos para os candidatos, mas que ainda assim elas não garantem o voto ao político, pois não representariam a totalidade. “Dizer que elas não têm peso seria uma inverdade, caso contrário já teriam sido extintas. Mas não dá pra dizer que eles são donos dos votos da comunidade que representam”, avalia o especialista. Apesar da justificativa, não é essa a avaliação feita pelos nomes e partidos que pleiteiam cargos eletivos no Estado.
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