POLÍTICA
Lula é inocente, mas, em 2022, a esquerda brasileira precisa ter o juízo que não teve em 2018
Publicado em 09/03/2021 às 8:36 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:53
Lula é inocente?
Sim. Lula é inocente.
Quem me deu essa certeza - e já faz um bom tempo - não foi o ministro Fachin, foi o jornalista Reinaldo Azevedo.
Por dois motivos:
Porque é um dos raros jornalistas brasileiros com argumentos jurídicos consistentes.
Porque, na imprensa brasileira, como ele, poucos bateram tanto no PT e em Lula.
A esquerda tem dificuldade de entender essas coisas.
Lula é inocente, é elegível e é candidato.
Dificilmente, será diferente.
Provavelmente, se estiverem vivos e com saúde em 2022, vai polarizar com Bolsonaro.
Em 2018, a esquerda subestimou Bolsonaro.
Em 2018, a esquerda não entendeu a força que Bolsonaro tinha.
Em 2018, a esquerda não compreendeu que Bolsonaro era um fenômeno.
Em 2018, a esquerda não soube, ao menos, fazer bom uso das redes sociais.
Em 2018, a esquerda errou, e não foi pouco.
Deu no que deu.
A decisão do ministro Fachin não faz bem somente a Lula, faz bem à democracia brasileira.
Na comemoração, na noite desta segunda-feira (08), as redes sociais ficaram repletas de bobagens. Sei que isso é o micro, mas é o micro que fala do macro.
O problema não é o que dizem a Folha e a manchete do Jornal Nacional. Nem o tratamento (presidente ou presidenta?) que o JN dá a Dilma.
Em 2022, o Brasil irá às urnas em frangalhos, destruído pela pandemia do novo coronavírus e por um governo que já se provara desastroso antes da Covid-19.
É esse país que precisará ser reconstruído a partir de 2023.
Não por Bolsonaro, certamente.
Por Lula?
Pode ser que sim, mas não tenho certeza.
Melhor que tivéssemos outras lideranças e que o eleitor não visse candidatos como se eles fossem verdadeiros líderes religiosos e não políticos.
Acho Lula uma figura extraordinária, mas penso que o Brasil precisa ultrapassar Lula.
Já é tempo.
Em 2022, a esquerda brasileira necessitará do juízo que não teve em 2018.
Ou estaremos num abismo muito mais profundo do que este de agora.
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PS
Antes que atirem pedras, em 2018, votei em Haddad.
Em 2022, numa polarização Lula - Bolsonaro, votarei em Lula.
A bela foto que ilustra a coluna é de Ricardo Stuckert.
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