POLÍTICA
'Manobra' adia caso da Casa Civil no TCE
Advogado Johnson Abrantes levou documento ao TCE pedindo para adiar para a próxima semana o julgamento das contas de 2011 da Casa Civil.
Publicado em 17/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:18
Uma 'manobra' do advogado Johnson Abrantes levou ontem o Tribunal de Contas a adiar para a próxima semana o julgamento das contas de 2011 da Casa Civil do Estado. Johnson, que atua no processo, pediu adiamento sob a justificativa de que estaria indo a uma audiência em Pombal para representar a prefeita Pollyana Werton Dutra, numa Ação de Investigação Judicial Eleitoral. A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA teve acesso com exclusividade ao termo de audiência que mostra a ausência do advogado.
De acordo com o documento, fornecido pela 31ª Zona Eleitoral, de Pombal, a prefeita foi representada pelo advogado Bruno Lopes de Araújo, que atua no escritório de Johnson Abrantes. Também estavam presentes a juíza eleitoral Juliana Dantas de Almeida Borges e o promotor eleitoral Leonardo Fernandes Furtado.
A informação de que Johnson Abrantes teria ido a Pombal para participar da audiência foi dada pelo conselheiro Umberto Porto, relator do processo da Casa Civil. “Este fato me leva a acatar como de praxe o pedido. Portanto, fica adiado para a próxima sessão o julgamento do processo”, afirmou o conselheiro durante a sessão. Ouvido depois pelo JORNAL DA PARAÍBA, ele explicou que costumeiramente o tribunal defere os pedidos de adiamento feitos pelos advogados.
Sobre o pedido apresentado por Johnson Abrantes, Umberto Porto informou que o advogado fez provas de uma intimação da comarca de Pombal para atuar na audiência onde seriam ouvidas as partes no processo contra a prefeita Pollyana. Ele disse desconhecer qualquer manobra do advogado objetivando protelar o julgamento da Casa Civil. “Se há alguma inverdade nos fatos eu não estou sabendo. No documento que está anexado aos autos está o nome dele e se ele designou outra pessoa para atuar no lugar dele é uma questão que a gente não pode prever”, disse o conselheiro.
O caso dos gastos da Casa Civil já teve seu julgamento adiado por várias vezes. A reportagem entrou em contato com o advogado Johnson Abrantes, mas ele não quis se manifestar.
Por meio de mensagem enviada pelo celular ele fez o seguinte comentário: “Recebi recomendação superior para não comentar mais o julgamento. Somente após a decisão do TCE”. Na última terça-feira, ao ser procurado para falar do julgamento, ele não informou se iria pedir adiamento em virtude dos compromissos anteriormente agendados.
Ao analisar a prestação de Contas da Casa Civil, sob a responsabilidade de Lúcio Flávio, a auditoria do TCE apontou diversas irregularidades, destacando-se a compra de 7,5 toneladas de carne, no período de seis dias (7 e 13 de dezembro). Também chamou a atenção da auditoria a aquisição de artigos de cama, banho, bebê e decoração para a esposa do governador, no valor de R$ 18.575,73, sem o devido procedimento licitatório.
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