POLÍTICA
Margareth é favorita, mas Júnior pode surpreender se reduzir abstenção
‘Virada’ do candidato de oposição na eleição para Reitor da UFPB dependeria de sua capacidade de conquistar novos eleitores.
Publicado em 25/04/2016 às 14:45
A Professora Margareth Diniz mantém o favoritismo de sua candidatura à reeleição para o cargo de Reitora da UFPB, mas seu adversário, o Professor Luiz Júnior, tem chances de surpreender e virar o jogo quando a comunidade universitária voltar às urnas na quarta-feira (27) para o segundo turno. A ‘virada’ do candidato de oposição dependeria de sua capacidade de conquistar novos eleitores, principalmente entre aqueles que não participaram do primeiro turno, ou seja, exigiria de sua campanha forte mobilização junto aos três segmentos votantes – professores, alunos e funcionários – para reduzir significativamente a abstenção nesta segunda e decisiva etapa do processo eleitoral.
A impossibilidade de alguém cravar uma previsão mais segura sobre o resultado da eleição decorre justamente da possibilidade de aumento significativo no comparecimento de votantes nesse segundo turno. A bipolarização da disputa nessa fase ajudaria o mais do que previsível esforço da chapa liderada por Luiz Júnior para reforçar a expectativa de surpresa no embate final. Para tanto, o candidato e seus aliados fizeram semana passada um trabalho especial de convocação e convencimento no meio estudantil, onde a abstenção superou os 70% no último dia 13. Mas a dois dias do segundo turno a campanha tende a se concentrar nos docentes e servidores técnico-administrativos, segmentos nos quais o número de eleitores faltosos no primeiro turno bateu na casa dos 22%, na média.
“Nos pleitos anteriores, a abstenção dos docentes e funcionários girava em torno dos 10%. Há, portanto, uma boa margem de eleitores a ser trabalhada pela candidatura de oposição nesse segundo turno. Se mobilizar o suficiente, pode muito bem aumentar sua competividade e reduzir expressivamente a distância que até aqui o separa da Reitora. Com isso, o que parece fácil para a situação (faltaram menos de 3% dos votos para uma vitória no primeiro turno) pode se tornar dramaticamente complicado se o Professor Júnior conseguir dar esse sprint na reta final”, avalia o Professor Flávio Lúcio Vieira, do Departamento de História, que já integrou a equipe do Reitorado de Margareth Diniz.
Também consultado sobre as chances de uma reversão no quadro eleitoral, um aliado da Reitora com larga experiência em disputas pela direção da UFPB descartou por completo um eventual insucesso de Margareth no segundo turno de votação. “Ela tem amplas possibilidades de vitória. Não apenas pelo pequeno percentual que necessita transferir da oposição para si, mas também pelo índice de rejeição de 25% de Luiz Júnior (o maior entre todos os candidatos), medido em pesquisa feita no primeiro turno”, disse nesta segunda (25) um ex-pró-reitor da Instituição que também participa da gestão atual e em razão disso pediu para ter o seu nome preservado.
Avaliação e projeção sobre o desfecho do processo eleitoral na UFPB foram pedidas ainda a um outro ex-dirigente da instituição que apoiou a candidatura a Reitor do Professor Zé Neto, terceiro colocado no primeiro turno. “Margareth é a favorita, obviamente, mas a diferença entre ela e Júnior deve diminuir bastante. Não me surpreenderia se ele conseguisse uma virada, embora todo mundo saiba que é muito difícil, considerando a estrutura de campanha da Reitora e o poder de fogo natural que todo candidato à reeleição tem, graças ao controle da máquina”, disse, lembrando em seguida que “reeleição no Brasil foi feita pra reeleger”. Na Academia, garante, não tem sido diferente, por conta de práticas que se confundiriam com o mais despudorado clientelismo da política tradicional.
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