POLÍTICA
Calvário: Audiência de custódia mantém servidora presa
Penitenciária deve informar à Justiça semanalmente a lista das pessoas que a visitaram.
Publicado em 02/05/2019 às 17:02 | Atualizado em 03/05/2019 às 17:37
A servidora da Procuradoria-Geral do Estado Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro, presa preventivamente no bojo da operação Calvário, vai continuar presa depois da Audiência de Custódia realizada na tarde desta quinta-feira (2). Com a decisão, ela fica presa na Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, por ela não ter que deve informar à Justiça semanalmente a lista das pessoas que a visitaram.
Apenas familiares de 1º e 2º grau e advogados estão autorizados a visitar a servidora. A medida tem o objetivo de "evitar a ingerência de influência política no presente processo judicial", segundo o juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, que conduziu a audiência.
Maria Laura Caldas foi a única pessoa presa na quarta etapa da operação, desencadeada terça-feira (30). Além da prisão, também foram cumpridos dois mandados de busca a apreensão em endereços atribuídos a ela. Na fase anterior da operação, Laura já tinha sido alvo de mandados, quando foram apreendidos tiras destinadas ao embalar dinheiro na casa dela. Na mesma data, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao ex-procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro.
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Operação Calvário
No Estado da Paraíba, a Operação Calvário investiga núcleos de uma organização criminosa comandada por Daniel Gomes da Silva, apontado como responsável por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, através de contratos firmados junto a unidades de saúde do Estado, com valores chegando a R$ 1,1 bilhão no período entre 2011 e 2018, atuando também em outras unidades da federação, como o Rio de Janeiro. O trabalho investigativo do Ministério Público é conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A prisão de Laura Caldas foi o primeiro desdobramento da operação ocorrido após a soltura da ex-secretária de Administração, Livânia Farias. Ela admitiu em depoimento ao Gaeco o recebimento de pagamentos feitos pela Cruz Vermelha Brasileira a título de propina. Juntamente com o Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP), a instituição administra os hospitais de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, Metropolitano Dom José Maria Pires e o Regional de Mamanguape. Todos tiveram intervenção decretada pelo governador João Azevêdo (PSB).
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