POLÍTICA
Oposição articula CPI
Oposição quer CPI para investigar tráfico de influência e vendas de pareceres revelados pela operação 'Porto Seguro'.
Publicado em 05/12/2012 às 6:00
A oposição começou, ontem, a recolher assinaturas para tentar instalar CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar o esquema de venda de pareceres e tráfico de influência desmontado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. São necessárias assinaturas de 27 senadores para que a CPI seja criada.
A oposição soma apenas 15 senadores, mas a expectativa de parlamentares do DEM e PSDB é conseguir o apoio de governistas da chamada ala "independente" do Senado.
"Sabemos que teremos dificuldades para conseguir 27 assinaturas. O governo entra em pânico quando vê a possibilidade da Rosemary Noronha [ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo] falar no Congresso. Mas o objetivo é mostrar quem está de um lado, quem está do outro", disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). O tucano já tem o apoio das bancadas do PSDB e do DEM.
Apesar de integrar a base de apoio da presidente Dilma Rousseff, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que vai assinar o pedido de CPI. "Eu assino pedidos de criação de CPI porque é obrigação do Congresso investigar denúncias", afirmou.
Para que a CPI seja instalada no Senado, a oposição precisa reunir assinaturas de 27 senadores favoráveis à comissão.
Depois, o pedido de criação da CPI precisa ser lido pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em sessão do plenário.
Com o Congresso às vésperas de entrar em recesso parlamentar, a CPI corre o risco de ser instalada somente no ano que vem - a não ser que Sarney, aliado da presidente Dilma Rousseff, faça a leitura do requerimento antes do início do recesso, que começa dia 23 de dezembro. O regimento da Casa permite que a CPI funcione durante o período de recesso parlamentar.
A ordem entre os governistas é evitar que a comissão seja instalada para preservar o ex-presidente Lula -uma vez que Rosemary Noronha, ex-chefe da gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, seria o alvo da comissão.
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