Oposição deixa Assembleia e evita votação de vetos do governador

Phelipe Caldas

Ninguém entende mais nada na Assembleia Legislativa da Paraíba. Depois de várias semanas em que a bancada de situação se retirava do plenário para evitar as votações, desta vez foi a bancada de oposição quem tomou esta medida. Sem o número de deputados suficientes para derrubar o veto governamental que impede o aumento salarial de 5% aos servidores públicos estaduais, os oposicionistas saíram do espaço de votação e entraram em obstrução.

O deputado estadual Aguinaldo Ribeiro (PP), que liderou e articulou a manobra, tentou justificar a medida. "Tomamos esta ação para preservar o funcionalismo público estadual. A bancada de situação se apresentou pronta para manter este veto absurdo e diante da certeza de que perderíamos nós entramos em obstrução", admitiu o parlamentar.

Ribeiro, inclusive, duvida muito que o assunto seja debatido ainda esta semana. "A situação quebrou o acordo que firmamos e não avançou em nada para tentarmos chegar a uma decisão consensual. Então o impasse continua", completa. "O veto mais importante a ser debatido é o do aumento e vamos ter o cuidado de não votá-lo em dias que não tenhamos condições para derrubá-lo", reafirmou.

Líder da bancada de situação, Gervásio Filho (PMDB) se defende. Principal organizador das obstruções realizadas no passado pela sua bancada, desta vez ele critica veementemente a oposição. "Eles viram que iam perder e saíram sem dar nenhuma justificativa cabível. No nosso caso foi diferente. Nossa saída na época aconteceu para garantir o respeito à nossa constituição estadual", rebateu.

Sobre o tal aumento de 5% aos servidores, Gervásio diz que se trata de mera "pirotecnia da oposição". Para o peemedebista, a lei é inconstitucional, porque só o Poder Executivo pode tratar de aumento salarial a servidores. "A Assembleia Legislativa não tem competência legal para isto", opina.

Depois, ele diz que independente da votação sobre a derrubada do veto, o governador José Maranhão vem dando os reajustes sempre que necessário. "Já demos aumento para várias categorias e sempre que possível daremos de novo", concluiu.