Em algumas situações, é “pior a emenda que o soneto”. Parece o caso do deputado federal Wilson Santiago (Republicanos), ao tentar justificar a ausência de emendas suas para a duplicação de um novo trecho da BR 230, ligando Campina Grande à Praça do Meio do Mundo.
Wilson foi alvo de críticas após ter aparecido na fotografia, ao lado do ministro da infraestrutura Marcelo Sampaio, essa semana, que assinou a ordem de serviço para o início do projeto.
O detalhe é que ele e o deputado Wellington Roberto (PL), apesar de figurarem na foto, não aparecem na lista dos que destinaram recursos em emendas para a obra.
Ontem Santiago parou o carro às margens da BR 230 para dizer que, em 2014, destinou recursos para um outro trecho da rodovia.
“Tive a honra de em 2014 colocar R$ 26 milhões para a prefeitura de Campina Grande realizar esse trecho dessa grande obra (referindo-se a outro ponto da BR 230, perto da Facisa). Agora só é possível essa continuidade graças a esse início de nossa iniciativa”, explicou.
A justificativa, cá pra nós, foi pior.
Seguindo essa lógica, os filhos de Dom Pedro poderiam reivindicar participação na Transposição do São Francisco porque foi ele quem, por muito tempo, governou o Brasil.
Seriam colocadas na conta de Juscelino Kubitschek todas as obras públicas edificadas hoje em Brasília, já que lá atrás foi ele quem iniciou a construção da atual capital brasileira.
Na Paraíba, os investimentos no Turismo realizados hoje poderiam ser creditados a quem construiu o Farol do Cabo Branco, na década de 70.
Uma coisa, embora seja continuidade da outra, não serve como justificativa para a discussão.
O fato é que os deputados (e não foi somente Wilson) que não destinaram emendas para o novo trecho da duplicação ‘pisaram na bola’. A obra é importantíssima para o Estado e precisa do engajamento de todos.
Veja a destinação de emendas e quanto cada um direcionou para o projeto: