PLENO PODER
Inoportuno, requerimento que pedia reabertura de igrejas em Campina Grande é retirado de votação
Publicado em 28/04/2020 às 13:56 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:22
Em tempos de pandemia da Covid-19, que já provocou a morte de 55 pessoas na Paraíba e a ocupação de 58% dos leitos de UTI com pacientes vítimas da doença, a Câmara de Vereadores de Campina Grande analisou hoje um requerimento apresentado pelo vereador pastor Josimar Henrique (Republicanos), que pede a liberação de cultos presenciais em igrejas da cidade. A proposta foi retirada da pauta de votação por um pedido de vista do vereador Pimentel Filho (PSD), após receber manifestações contrárias de vários vereadores que participavam da sessão remota.
A proposta é visivelmente inoportuna e não deveria sequer ser apresentada nesse instante. É de autoria do mesmo vereador pastor Josimar, aliás, um projeto de lei para considerar o funcionamento de templos religiosos como atividade essencial em período de calamidade pública, o que impediria o poder público de determinar o fechamento total desses locais.
E não se trata de nutrir o desejo de que igrejas e templos religiosos continuem fechados. Longe disso! Mas sim o fato de que, nesse instante, as aglomerações provocadas pelas celebrações podem provocar a transmissão massiva da Covid-19 e, consequentemente, o estrangulamento do sistema de saúde - um risco fatal para a vida de pacientes infectados com a doença.
E mais: não há justificativa plausível para flexibilizar a realização dos cultos nesse momento, uma vez que as igrejas podem realizar atendimentos individuais de fiéis e, por meio de transmissões na internet, as suas celebrações coletivas.
No requerimento o vereador defende que a flexibilização deve ocorrer desde que as igrejas "mantenham as orientações e tomem todas as providências seguindo a orientação da Secretaria de Saúde sobre a Covid-19". Por sinal, a principal recomendação das autoridades de saúde hoje é para que as pessoas se mantenham em casa, algo completamente incompatível com a proposta. É fato.
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