PLENO PODER
Reivindicações do Sintab são legítimas, mas assinar compromissos sem estudo prévio é um risco
Documento tem 35 reivindicações justíssimas, mas a implementação de algumas delas requer uma análise prévia da realidade econômica do município
Publicado em 30/10/2020 às 18:46 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:07
Nas últimas semanas um dos temas mais discutidos na eleição municipal de Campina Grande é a assinatura, por parte dos candidatos que disputam a prefeitura, de uma carta de compromissos proposta pelo Sintab. O documento tem 35 pontos, com reivindicações justíssimas e que devem ser, como estão sendo agora, bandeira de luta da entidade na busca por melhorias para os servidores públicos municipais.
Mas poucas pessoas têm conhecimento, de fato, das reivindicações apresentadas na carta. Se discute se candidato A, B ou C assinou o papel, mas não se diz uma vírgula sobre a viabilidade, de imediato, da implementação de algumas das propostas ali contidas.
Abaixo, o leitor pode conferir todas elas, na íntegra...
E não será difícil chegar à conclusão de que todas são legítimas, mas nem todas podem receber a assinatura e o compromisso sem um estudo prévio da situação econômica e financeira da prefeitura.
Alguns exemplos bastam: como se comprometer a realizar concurso público, para "todas as secretarias", já no primeiro ano de mandato? E equipar todas as unidades de ensino, já no primeiro ano de gestão, com cerca elétrica e câmeras de monitoramento? Como garantir fazer convênios, com universidades públicas, oferecendo vagas em cursos de mestrado e doutorado para servidores municipais, se a disponibilidade dessas vagas depende muito mais das universidades?
Como disse, todos os pleitos são dignos e devem ser buscados pela futura gestão, mas assinar o documento, sem um estudo prévio, parece muito mais um 'jogar para a galera'. É, no mínimo, correr o risco de não conseguir cumpri-los.
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