PLENO PODER
Saúde da Paraíba chegou ao "limite" e se não houver ação coletiva assistiremos a uma carnificina
Estado tem hoje 90% dos leitos de UTI ocupados e fila de espera por unidades em algumas regiões
Publicado em 17/03/2021 às 11:20 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:13
As discussões sobre a dicotomia entre economia x saúde parecem estar superadas pelo momento. As disputas entre decretos mais ou menos restritivos, também. O que há, nesse instante, é um estrangulamento dos sistemas de saúde público e privado na Paraíba, com o agravamento da pandemia. Os números mostram isso e são incontestáveis.
No Estado, 90% das vagas de UTI estão ocupadas. O percentual chega a 95% na região de João Pessoa, mas também é alto no Sertão (88%) e em Campina Grande (82%).
Os dados sugerem que ou adotamos uma postura coletiva e coordenada, com regras mais duras e uma 'ação de guerra', ou assistiremos a uma carnificina nas próximas semanas. Por dia, temos perdido dezenas de paraibanos. Ontem foram 44 registros. Na segunda, 59. E não é uma questão de novos leitos. Eles e a capacidade humana de operá-los são finitos. As equipes, nos hospitais, estão exaustas. Uma tragédia anunciada pelas autoridades de saúde há meses...
"Estamos no limite. Quanto tempo nós suportaremos?", questionou hoje pela manhã o secretário-executivo da saúde estadual, Daniel Beltrami. Foi um apelo, quase um desabafo de quem tem se dedicado nos últimos meses, de forma ininterrupta, à defesa da vida dos paraibanos.
Beltrami, aliás, tem sido um guerreiro. Mas como todo bom combatente, trava nesse instante uma luta desesperada contra a insensibilidade e a ignorância de quem insiste em 'pagar para ver'.
No "limite", somos chamados a escolher entre a vida e morte. Essa é, hoje, a discussão mais importante a ser feita.
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