POLÍTICA
PM é afastado após agredir e prender advogado em ação de campanha em Guarabira
Fábio Meireles foi algemado e jogado ao chão por policiais no momento da abordagem.
Publicado em 02/11/2020 às 13:05 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:47
O advogado Fábio Meireles foi preso na tarde do último domingo (1º) em uma abordagem policial, durante um evento de campanha eleitoral, sob justificativa de desacato. Ele atua como um dos representantes da coligação ‘Somos Todos Guarabira’, que tem Roberto Paulino como candidato a prefeito pelo MDB. A Ordem dos Advogados do Brasil e o Comando da PM divulgaram notas lamentando o episódio e determinando apuração e afastamento do policial responsável pelo ocorrido.
Fábio Meireles, que é ex-presidente da Subseção da OAB de Guarabira, disse à TV Paraíba que tudo começou depois que ele questionou a polícia sobre a legalidade da apreensão de motos após o evento de campanha no distrito de Cachoeira.
Segundo o advogado, tudo aconteceu na dispersão da atividade que teria sido previamente comunicada à Justiça Eleitoral. Ele foi algemado e jogado no chão pelos policiais. O filho de Fábio, de 24 anos, foi defendê-lo e também foi detido e levado para a delegacia.
No momento da prisão de Fábio, que foi filmada e divulgada nas redes sociais, o Major Silva Ferreira afirma que ele estaria “desequilibrado”, o que é negado pelo advogado.
A OAB-Paraíba repudiou a violência sofrida por Fábio, em pleno exercício da profissão, por integrantes da Polícia Militar da Paraíba, que “com comportamento manifestamente truculento, injustificável e desproporcional, derrubaram o advogado e o algemaram, sob a alegação de desacato”, afirma a nota.
As imagens das gravações, segundo a OAB, não mostram comportamento abusivo ou desrespeitoso do advogado, que também não ofereceu resistência à condução.
Nota da PMPB
Em nota, o Comando Geral da Polícia Militar da Paraíba afirma que já foi instaurado um procedimento interno para apuração do caso que envolve abordagem realizada por policiais durante cumprimento de determinação judicial da Justiça Eleitoral.
“A corporação lamenta o episódio, pois envolve integrantes de duas instituições parceiras, que possuem histórico de união, respeito e compromisso com o cidadão paraibano, que são a Polícia Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Paraíba. O oficial que comandou a ação foi afastado das atividades operacionais até que seja concluída a apuração do caso, sempre dentro do processo de preservação de direitos, como a Polícia Militar e OAB-PB defendem”, diz a nota.
A polícia também solicitou o acompanhamento da apuração junto ao Ministério Público Eleitoral.
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