POLÍTICA
Sem influência no desenvolvimento
Publicado em 15/01/2012 às 8:00
Diante de toda expectativa em torno da possibilidade de Vital do Rêgo Filho vir a ser presidente do Senado, um questionamento poderá vir à mente do cidadãos: será que essa posição traria algum benefício de concreto para a Paraíba? A resposta do cientista político e professor da UFPB Ítalo Fittipaldi, é que o fator decisivo para o desenvolvimento econômico de um Estado passa bem longe do Legislativo. Segundo o especialista, um equipe técnica de qualidade no Poder Executivo local é a verdadeira “chave mestra” para abrir as portas para um caminho promissor.
“O fato de Vital do Rêgo, ou qualquer outro parlamentar paraibano, vir a assumir a presidência do Senado não tem qualquer impacto no desenvolvimento econômico da Paraíba”, ressaltou Fittipaldi. “Só serve apenas ao próprio político, porque dá acesso a uma interlocução direta para o Planalto”, acrescentou.
O cientista político ressaltou que o peso maior para a promoção do desenvolvimento de um Estado é a equipe do Executivo. “Ela precisa ser articulada e ter um bom projeto. Porque boa parte da política pública é lançada por meio de editais. Isso é o aspecto técnico do governo. Ele é mais importante do que o 'alto clero' (do Legislativo)”, explicou.
Apesar de achar ainda muito recente para fazer expectativas, Fittipaldi acha possível que Vital do Rêgo seja futuramente candidato à Alta Câmara. “Não me admiraria que Vital fosse alçado à presidência do Senado. Até porque, apesar de Renan Calheiros ser um político forte, seu nome já foi (no passado) envolvido em escândalos de corrupção”, lembrou. “Para ser presidente do Senado, é importante ser aliado do Planalto. E o Planalto deverá ter influência nessa escolha”, alertou.
Ainda de acordo om Fittipaldi, ainda há muito caminho pela frente e um possível candidato do PMDB à presidência do Senado passa pelas forças das eleições municipais do ano que vem.
“Porque o aspecto local no PMDB tem grande influência. É que trata-se de um partido que não tem direcionamento nacional, mas regional. Por exemplo, Jarbas Vasconcelos (político influente de Pernambuco) é do PMDB, mas faz oposição ao governo federal, à presidente Dilma Rousseff (PT)”, esclareceu.
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