Senadores cobram solução imediata para o abastecimento de água

O Senado Federal realizou, na última quinta feira (3), uma sessão temática que abordou a questão do abastecimento de água para as populações que sofrem com a falta do precioso líquido, principalmente na região do semiárido nordestino. O que ficou constatado após as falas de diversos especialistas no tema é que o governo federal não tem um Plano B caso as chuvas não sejam registradas nas próximas semanas.
Autor da propositura para a realização da sessão temática ao lado do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), declarou que o governo federal, em parceria com os governos estaduais, precisa, urgentemente apresentar um Plano de Contingência para o abastecimento de pelo menos 12 milhões de nordestinos que vivem no semiárido.

“É preciso termos em mente a necessidade de um plano de contingência para a hipótese, que não pode ser descartada, não apenas em Campina Grande, mas em todas as cidades do semiárido, em relação a um eventual colapso devido ao agravamento de mais um ciclo seco", disse Cássio.

Os senadores paraibanos Cássio Cunha Lima, José Maranhão (PMDB) e Raimundo Lira (PMDB) foram também unânimes na questão da necessidade de agilização das obras da transposição do rio São Francisco .

Para o tucano, da mesma forma que o governo federal contratou turnos extras para a construção de estádios para a Copa do Mundo, "exigimos que seja feito o que for preciso para concluir a transposição, inclusive com a adoção de 24 horas de trabalho, disse.

Já o senador José Maranhão também relatou a grave situação enfrentada pelos moradores de cidades da Paraíba, como Campina Grande. Ele disse que não prevê outra solução a curto e médio prazo para o problema, que não seja a transposição .

Presidente da Comissão de Acompanhamento das Obras de Transposição de Águas do Rio São Francisco, Raimundo Lira declarou que a obra é essencial. Ele tem certeza que até o início de 2017 o São Francisco levará água para o açude em Boqueirão e demais barragens.

A sessão temática do Senado Federal teve o apoio unânime de todos os senadores nordestinos e contou com a participação de Garibaldi Alves (PMDB-RN); José Agripino (DEM-RN); Eunício Oliveira (PMDB-CE), José Pimentel (PT-CE); Tasso Jereissati (PSDB-CE), e Elmano Férrer (PTB-PI).

OBSTRUÇÃO

O senador José Agripino foi mais radical. Ele propôs que, a partir da próxima semana, todas as votações de interesse do governo sejam obstruídas até que o governo apresente um plano emergencial e o cumpra imediatamente. "Temos cidades inteiras sem ter onde buscar água, e a situação está se agravando cada vez mais e o governo federal não toma as providências que são necessárias”, ressaltou.

O democrata descreveu a situação dramática vivida pela população do Rio Grande do Norte, seu Estado. Ele chegou a sugerir o uso de dessanilizadores para captar água do mar, dada a gravidade da seca que atinge o Nordeste. Ele também pediu mais recursos para os órgãos federais que tratam da questão hídrica na região.

O governo federal apenas reconhece o problema, porém continua omisso com relação a um plano B. Após ouvir os relatos dos representantes dos ministérios e órgãos diretamente ligados ao assunto, Cássio Cunha Lima lamentou não haver resposta quanto ao plano de contingência.