POLÍTICA
Setor público é mal gerenciado, diz Nardes
Nardes destacou que o grande problema enfrentado pelo Brasil é a ausência de uma boa gestão e a total falta de governança.
Publicado em 21/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:04
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro João Augusto Nardes, esteve em João Pessoa ontem participando do Debate Público, evento organizado pelo TCU para discutir qualidade na administração pública com gestores municipais, estaduais e federais. Durante o evento, Nardes destacou que o grande problema enfrentado pelo Brasil é a ausência de uma boa gestão e a total falta de governança em setores públicos.
“Não estou falando do governo federal. Eu falo da cultura brasileira de deixar tudo para a improvisação. Nós temos que planificar o país e trabalhar para melhorar a governança como um todo, pois vivemos hoje em um mundo globalizado, competitivo e se você não competir com melhor qualidade você perde espaço. Estamos perdendo espaço”, frisou o ministro.
Para ele, a corrupção é fruto da falta de governança no Brasil. “O grande gargalo brasileiro é a falta de planejamento. Falta comando das ações, isso em todos os níveis. Faz parte da cultura brasileira o chamado jeitinho, mas isso não está solucionando os problemas do Brasil. Quando divulgamos a ideia da melhoria da governança em todos os níveis sem acusar 'A', 'B' ou 'C', esperamos que o Brasil implante a cultura do planejamento, cultura de fazer uma boa governança”, disse.
Nardes destacou que um dos melhores exemplos de falta de planejamento no Brasil foi a Copa do Mundo e as obras inacabadas em todos os Estados. “Nós teremos problemas sérios de recepção. Andei em todas as capitais e tem algumas que estão sem condições adequadas para receber os visitantes, e o mais vergonhoso para o Brasil é que alguns países estão recomendando seu povo a não vir para a Copa do Mundo.
Então isso é uma demonstração da nossa incapacidade de ter feito um bom dever de casa”, lamentou.
GOVERNADOR CITA PACTO SOCIAL
Na Paraíba, segundo o governador Ricardo Coutinho, a governança deve servir para que o Estado e os municípios cumpram suas atribuições. Ele explicou que o histórico da Paraíba mostra que sempre houve deslizes e desequilíbrios profundos no Estado e que este controle pode fazer toda a diferença. “Temos que oferecer, a curto, médio e longo prazos uma condição de vida superior ao nosso povo”, disse o governador.
Ricardo destacou que um dos pontos fundamentais para fomentar a discussão sobre a governança na Paraíba é a economia. “Por meio disso se preserva o dinheiro público.
Quanto mais o dinheiro público for melhor aplicado, mais vai sobrar para outras coisas. Em segundo lugar, hoje se exige cada vez mais uma nova postura, uma nova construção de ideias para que as estruturas estatais funcionem mais e melhor com menos recursos e o Estado participa disso com o sentimento de poder contribuir nesta discussão”, destacou.
Para o governador, a cultura da governança já está sendo aplicada no Estado. Como exemplo, ele citou o Pacto pelo Desenvolvimento Social, com as parcerias estabelecidas com os municípios paraibanos. “Não conseguimos, por conta do tempo, medir os avanços da qualidade de vida da população.
Estamos estabelecendo com as prefeituras o repasse de recursos. Pedimos de volta apenas que a contrapartida da prefeitura seja social, uma ampliação das ações e atribuições do município”, explicou.
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