POLÍTICA
Situação acusa mesa da AL de golpe e ameaça entrar na justiça
Deputados tentam realizar sessão na Assembleia e fazem protesto contra fechamento da Casa. Arthur Cunha Lima confirma volta dos trabalhos só para semana que vem.
Publicado em 30/06/2009 às 17:06
Phelipe Caldas
A bancada de situação na Assembleia Legislativa da Paraíba causou grande alvoroço na tarde desta terça-feira (30), ao entrar na Casa de Epitácio Pessoa e tentar realizar a sessão ordinária programada para acontecer ao longo tarde.
Alegando que não tinham sido avisados do adiamento do retorno dos trabalhos legislativos (imposto pelo presidente Arthur Cunha Lima (PSDB) por causa de obras não finalizadas no prédio) e acusando a mesa diretora de patrocinar “um golpe para fechar o parlamento”, eles tentaram sem sucesso realizar a sessão em um local alternativo. Agora, ameaçam até entrar na justiça para garantir o funcionamento do Poder Legislativo.
A Assessoria da Assembleia Legislativa já enviou nota a imprensa dizendo que o presidente Arthur Cunha Lima já confirmou que a volta dos trabalhos só deve ocorrer na semana que vem, quando todos os serviços de reparação dos ar-condicionados da AL estejam consertados.
A comitiva situacionista percorreu o auditório João Eudes e o Miniplenário da AL, mas encontraram ambas as salas lacradas. Líder da bancada de situação no legislativo estadual, Gervásio Filho (PMDB) disse que só tinha o que lamentar diante daquela cena. “A sessão poderia ser realizada em qualquer outro local, mas a mesa diretora prefere procrastinar e empurrar com a barriga a aprovação de importantes projetos para a Paraíba”, disparou.
Segundo Gervásio, a mesa diretora da AL tentou vender a ideia de que não existia condições nem mesmo de se entrar na Casa, tese que de acordo com ele era derrubada naquele momento. “Não é isto o que nós pudemos ver nesta visita. O plenário principal está em reformas, mas ainda assim nós teríamos duas boas salas para realizar a sessão normalmente. O que faltou aqui foi vontade política e compromisso com a Paraíba”, opinou, chamando a paralisação de "recesso branco ilegal".
Já o deputado Rodrigo Soares (PT) lembrou que a Casa não está em recesso e que vive em “funcionamento ordinário”, de forma que a não realização da sessão rasgava o regimento interno da AL e feria a própria constituição estadual.
“Este é um ato em que apelamos para que a mesa diretora tenha bom senso, mas se isto não acontecer seremos obrigados a acionar a justiça”, ameaçou o petista.
O outro petista no parlamento paraibano, Jeová Campos, classificou a bancada de oposição como sendo “atores de uma cena que envergonhava a Paraíba”, por promoverem o ato inédito de “fechar ilegalmente o parlamento”.
Outros parlamentares de situação também fizeram coro na reclamação generalizada. Leonardo Gradelha (PSB) apelou para o “compromisso político” de todos os parlamentares e Dr. Verissinho (PMDB) disse que se tratava de um “lamentável episódio”.
“Tudo isto apenas por causa de um ar condicionado? Mais valia uma tarde ser ar, mas com aprovação de projetos, do que a paralisação total das atividades”, lamentou.
Dos 16 deputados que formam a bancada de situação, 14 se fizeram presente: Gervásio Filho (PMDB), Guilherme Almeida (PSB), Trócolli Júnior (PMDB), Ivaldo Morais (PMDB), Leonardo Gadelha (PSB), Ranieri Paulino (PMDB), Olenka Maranhão (PMDB), Francisca Motta (PMDB), Expedito Pereira (PSB), Rodrigo Soares (PT), Arnaldo Monteiro (DEM), Jeová Campos (PT), Márcio Roberto (PMDB) e Verissinho (PMDB). Os únicos situacionistas ausentes foram Carlos Batinga (PSB) e Quinto de Santa Rita (PMDB).
Como a sessão pode ser aberta com quórum de cinco deputados, oficialmente havia condições de ser realizado os trabalhos legislativos.
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