POLÍTICA
União dos governadores do Nordeste não garante resultados práticos
Governadores do Nordeste se reuniram em Maceió para discutir problemas da região e trazer reivindicações a Michel Temer.
Publicado em 20/05/2016 às 21:07
Os governadores do Nordeste se reuniram em Maceió para discutir problemas da região e produzir um documento com reivindicações que deve ser entregue ao presidente em exercício de Michel Temer. Vai dar em alguma coisa? Há quem duvide. No mínimo, mostra coesão e união dos gestores.
No encontro, eles falaram do impacto da crise nos projetos da região e nas consequências da mudança de governo. Os pontos são praticamente os mesmos de outras reuniões feitas pelos gestores nordestinos. A novidade foi um pedido de carência de 12 meses para o pagamento das dívidas com a União. Pedido que foi batizado de moratória pela imprensa.
Na verdade, essa reivindicação aconteceu porque não houve avanço da negociação das dívidas dos estados com o governo federal. E a situação só piora com a crise. Os estados usam muito dinheiro para pagar a dívida, os juros e têm cada vez menos capacidade de usar recursos próprios para ações que melhorem a vida da população.
Outro ponto: a construção de uma Política Nacional de Segurança, com mais controle nas fronteiras e outras ações. Algo que, infelizmente, não vai sair do papel, pelo menos por enquanto. Com esse ponto, os gestores admitem dificuldade dos estados enfrentarem sozinhos a criminalidade e querem mais ação do governo central.
Empréstimos e dinheiro para obras estruturantes
Destaco ainda o pedido para liberação de empréstimos. Os estados estão com a corda no pescoço. Sem dinheiro para investimento. Resultado economia parada, com arrecadação em baixa. Pedido velho, suado e difícil. Sem esse dinheiro novo vai ser difícil fazer propaganda da gestão estadual para transferir capital eleitoral às candidaturas municipais. Aqui na Paraíba, o empréstimo mais próximo de sair é um de R$ 112 milhões. Mas ainda sem sinal.
Para finalizar, algo que é mais concreto: a manutenção de obras estruturantes, muitas delas hídricas. E a finalização da obra de Transposição do RSF. Este ponto é essencial. O governo diz que está quebrado, mas sem a liberação de recursos para estas ações, a situação piora muito para gente. Em toda região há essa demanda. Resumindo, o governo federal está se arrumando e, infelizmente, o que a gente tem é muita boa vontade dos governadores. A gente, claro, espera mais que isso...
Bastidores do professor
O governador de Alagoas, Renan Filho, saudou pessoalmente todos os governadores da região e ao chegar a RC disse: “o nosso professor Ricardo Coutinho”. Uma deferência às posturas, discursos e observações professorais de Coutinho nas reuniões do grupo.
Pré-candidatos de JP geram fatos
A semana passou com pré-candidatos a prefeito de João Pessoa tentando gerar fatos. O último partido a fazer isso foi o PT hoje. Quando Charlinton Machado, apresentou Éder Dantas como coordenador de campanha. Éder foi secretário de transparência da prefeitura de JP, antes da saída de Luciano Cartaxo do PT.
Inimigo
O saldo também foi positivo para Manoel Júnior, pré-candidato do PMDB, principalmente por causa da filiação do deputado estadual Ricardo Marcelo. Algoz do governador Ricardo Coutinho, Marcelo simbolizou o sinal de que o PMDB não está tão preocupado com a relação com PSB. Manoel se fortaleceu e afastou fantasmas. Vai pra disputa em qualquer cenário.
Sem fantasmas
Quem também se livrou dos fantasmas de que vai parar no meio do caminho foi Wilson Filho. O pré-candidato do PTB apresentou o responsável pela elaboração do programa de governo, o professor João Marcelo e mostrou que não está para brincadeira. Acabou a semana com um “badalado” futebol solidário. Pontuou bem.
Ao aconchego
A pré-candidata do PSB, Cida Ramos, também atuou bem esta semana. Voltou aos holofotes anunciando as adesões do PT do B, da ex-deputada Lúcia Braga e, principalmente, do PPS. Com o partido voltou ao jardim dos girassóis o vice-prefeito Nonato Bandeira. Depois de quatro anos, voltou a trocar elogios públicos com o RC, com direito a conversas ao pé do ouvido. Nonato retorna para jogar em qualquer posição, segundo ele. Será articulador, mas uma boa fonte para identificar e revelar os “pontos” frágeis da gestão.
Só ganha
Aliás, Nonato fez a escolha mais certa. Só ganha. Se Cida vencer a eleição tem lugar garantido e de destaque. Se perder, garante seu espaço no governo do estado. E mais, conseguiu fazer com o PT do B a aliança proporcional que garante boa disputa e margem boa de fazer mais de dois vereadores.
Falta entregar os cargos
O vereador de JP, Chico do Sindicato (PT do B), está prestes a desembarcar da base do prefeito Luciano Cartaxo. O partido dele já foi. O que o segura ainda são as dezenas de cargos que tem seu apadrinhamento. Genival Matias está pressionando. Quer vê-lo com Cida.
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