POLÍTICA
Vereador é preso durante sessão na Câmara do Conde suspeito de pressionar testemunhas
Ele é um dos suspeitos de contratar assessores na Câmara e receber parte dos salários deles.
Publicado em 06/05/2019 às 16:23 | Atualizado em 07/05/2019 às 7:30
A sessão da Câmara Municipal do Conde foi interrompida na manhã desta segunda-feira (6) para a prisão do vereador Ednaldo Barbosa da Silva, conhecido como Ednaldo do Cell, durante a operação Cavalo de Tróia, desencadeada pela Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público da Paraíba. Além dele, o também vereador Malba de Jacumã está sendo procurado para ser preso na mesma operação.
Os dois são investigados no inquérito que apura denúncias de que vereadores recebiam parte dos salários de assessores contratados pela Câmara do município. O mandado de prisão preventiva da Comarca do Conde atendeu a um pedido da Delegacia de Combate ao Crime Organizado porque o vereador é suspeito de pressionar testemunhas.
As investigações contam com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria Cumulativa do Conde.
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Segundo informações da polícia, Ednaldo teria enviado uma assessora procurar uma ex-funcionária da Câmara que tinha sido chamada a depor. O ‘recado’ era que essa ex-funcionária poderia ‘se prejudicar caso prestasse depoimento’. Depois de ser preso, Ednaldo foi levado para a Central de Polícia, em João Pessoa, onde está sendo ouvido na tarde desta segunda-feira. Ainda não há informação de quando deve acontecer a audiência de custódia do vereador.
A defesa de Naldo Cell, disse que o vereador não ameaçou nenhuma testemunha e que aguarda a audiência de custódia
Uma testemunha que já foi ouvida pela polícia não apenas declarou que recebia seu salário e repassava parte para o vereador como também apresentou comprovantes de depósitos feitos na conta dele com o valor repassado. Ednaldo também já tinha sido citado pelo vereador Fernando Boca Loca como um dos vereadores que tinham essa prática na Câmara. Convocado pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deccor), o vereador admitiu o crime e passou a colaborar com a Justiça.
O caso chegou ao conhecimento do delegado Allan Murilo Terruel após a descoberta do esquema por uma equipe do Bolsa Família. Uma beneficiária foi identificada como servidora do Legislativo e, ao ser procurada pela equipe do programa, confessou que recebia o salário de R$ 1 mil, mas só ficava com R$ 100 porque o restante era repassado para o vereador Boca Loca.
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