Surto de lesões que provocam coceira pode ter sido causado por mariposa, dizem especialistas

Mariposas se reproduzem nesta época do ano e causam epidemias de dermatites em vários pontos do país.

Casos possíveis de coceira encontrada em PE são investigados na PB; Reprodução/TV Globo

A Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Recife considera que o surto de lesões e coceira na pele esteja relacionado com as asas de uma espécie específica de mariposa, do gênero Hylesia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essas mariposas se reproduzem nesta época do ano e causam epidemias de dermatites em vários pontos do país. Estes insetos entram em ambientes domésticos e ao se debaterem contra focos de luz, liberam cerdas corporais minúsculas que penetram profundamente na pele humana e causam a intensa dermatite observada.

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As notificações começaram no Recife, no mês de outubro deste ano. Também são investigados registros em cidades da Região Metropolitana, da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão. Até esta quarta-feira (8), pelo menos 21 cidades notificaram pacientes com sintomas do surto em Pernambuco.

Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES) da Paraíba investiga pelo menos 11 casos suspeitos da doença no estado.

De acordo com a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Marcella Abath, a investigação da causa do surto ainda não foi concluída. “No início, foram elencadas várias hipóteses e, ao longo do processo, algumas hipóteses foram perdendo força e outras ganhando, sendo fortalecidas. Essa é a principal hipótese considerada hoje, é a mais fortalecida, mas ainda não está definido”, ressaltou.

Mas conforme afirmam os dermatologistas Claudia Ferraz e Vidal Haddad Júnior, “com a comprovação das cerdas no exame direto, história clínica e epidemiológica extremamente compatível e relato de mariposas no local feito pelos moradores, concluímos que o mistério está resolvido e esperamos que os tratamentos corretos sejam ministrados à população”.

Os especialistas da SBD explicaram que o tratamento é feito com foco na inflamação com corticoides tópicos e anti-histamínicos e, dependendo da extensão das lesões, o uso de corticoides sistêmicos pode ser necessário.

*Com informações do g1 e Sociedade Brasileira de Dermatologia.