O cardiologista paraibano Ítalo Kumamoto divulgou em suas redes sociais, nesta quarta-feira (26), que testou positivo para a dupla infecção de Covid-19 e H3N2. Chamada de flurona por especialistas, a dupla contaminação tem se tornado comum com a nova onda de casos neste início de 2022.
Os sintomas surgiram no médico na última sexta-feira (21). Teve febre, tosse seca, dor no corpo, dor de cabeça e muita coriza. Com os sintomas permanecendo, no início da semana ele fez um exame conhecido como painel viral, que pode detectar diferentes tipos de vírus.
Com o resultado positivo para Covid-19 e H3N2, o médico tomou cuidados básicos como seguir com o isolamento, se hidratar e se medicar apenas com analgésicos para atenuar os sintomas gripais.
Ítalo tem 73 anos e já tomou as doses regulares e a dose de reforço contra Covid-19, e atribui os sintomas leves à imunização.
Flurona na Paraíba
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-PB) não possui dados referentes à dupla infecção. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB), laboratório público de análises, possui um painel viral capaz de analisar síndromes gripais, mas não há um exame capaz de analisar Influenza e Covid-19 ao mesmo tempo. O órgão informou, ainda, que não foi notificado por nenhum laboratório privado.
Os casos de flurona, como a dupla infecção tem sido chamada, foram detectados pela primeira vez nos Estados Unidos, durante o primeiro ano da pandemia de covid-19. No início deste ano, Israel registrou um caso, e ao longo deste mês de janeiro os casos circulam pelo mundo.
>>Saúde Alerta: Flurona chegou ao Brasil. Quais são os sintomas?
No Brasil, o Ministério da Saúde não definiu, ainda, um protocolo específico para os casos de dupla contaminação. A única diretriz recebida pelas secretarias é a testagem para Influenza em pacientes que negativaram para Covid-19, mas permanece com sintomas.
Segundo o médico Ítalo Kumamoto, existe uma dificuldade de detectar a contaminação dupla. Apenas exames como o painel viral amplo que ele realizou possibilitam o diagnóstico, mas na Paraíba o teste só pode ser encontrado na rede particular e, ainda assim, num valor alto.
O médico se preocupa com a falta de acesso ao diagnóstico, e acredita que, se não houver cuidado, poderá causar um colapso no sistema de saúde:
“Muita gente pode ser dupla infecção e não sabe, os sintomas são muito parecidos. Nossa felicidade é a vacina, mas com mais gente adoecendo e os hospitais mais cheios, o perigo de casos graves e até mesmo outras infecções sobe”, explica o cardiologista.
