Por LAERTE CERQUEIRA
O cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde, divulgou vídeo nas redes sociais para defender o que pensa sobre o enfrentamento ao coronavírus nesse momento.
Focou na vacinação e na máscara. Como fez no meio da semana, quando disse que precisamos ser um “país de máscaras”, fortaleceu uma defesa clara do uso delas. Afirmou, no vídeo, que é uma maneira eficiente de evitar a circulação do vírus, como é a vacina.
Deve ter convencido o presidente Jair Bolsonaro, crítico das máscaras, que é melhor defendê-la explicitamente do que ter que falar em medidas de restrição de circulação de pessoas, fechamento de atividades comerciais.
Distanciamento
Esses dois últimos pontos foram trocados pelo termo “distanciamento” entre pessoas. Queiroga não é enfático quando “passa” pelo assunto. Deixa a impressão de que entende que “distância segura” entre os cidadãos não deve ter a interferência de “leis” do governo, apesar de dizer que as pessoas devem seguir recomendações das autoridades.
No vídeo, pede consciência das pessoas no feriado da Semana Santa.
“É muito importante para todo o Brasil, que consigamos aderir as recomendações das autoridades sanitárias do Brasil. Não é com lei obrigando as pessoas usar máscaras e multando as pessoas nas ruas que vamos resolver o problema. É uma questão de conscientização, cada um tem que saber o seu papel, e ajudar asa autoridades municipais, estaduais e federais a por fim nessa pandemia”, explicou. Por fim, pede ação conjunta de uma ação unida, lembrando que é necessário que a economia retome fortemente “para garantir que salário o renda para o povo do Brasil”.
Nesse momento, o ministro tem mais condições de encontrar um discurso meio-termo sobre o assunto porque os governadores e prefeitos já assumiram o ônus.
De fato, para ele, não tem mais lógica entrar nesse debate quando a principal aposta é da vacinação. Ponto de “real” consenso entre o que ele fala e o que o presidente diz querer, nesse novo momento de Bolsonaro, no que se refere a aplicação da vacina. Que o diga o último pronunciamento presidencial.
Marcelo Queiroga disse no vídeo que mais de 800 mil pessoas foram vacinadas na última sexta-feira e que, em abril, chegaremos a 1 milhão/dia. A título de comparação, pra se ter uma ideia, no início de março, os EUA já vacinavam 2 milhões de americanos por dia.
Economia
Ontem, reuniu-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e fez um registro na rede social: “estamos empenhados em cuidar dos brasileiros: preservar saúde e empregos e garantir o auxílio emergencial a quem necessita. A colaboração interministerial é fundamental para vencer a Pandemia”, registrou.
O ministro paraibano fecha a primeira semana com pressão, mas sem atropelos. Começa essa próxima em um encontro no Congresso com a Comissão da Covid-19. Sob forte pressão de parlamentares que exigem uma mudança real na política de saúde do governo, não apenas boas palavras.
Também participa da reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, criado semana passada, para apresentar as primeiras propostas concretas.
É mais uma semana pressionado pela realidade de milhares de mortes diárias, com estados e municípios colocando em prática medidas restritivas de circulação, com o país em busca de um horizonte mais leve.
