Decreto das praias de João Pessoa deve “morrer” nas areias do Conde, no litoral sul da Paraíba

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Decreto das praias de João Pessoa deve "morrer" nas areias do Conde, no litoral sul da Paraíba
Foto: G1/João Lira/Arquivo pessoal

O decreto de João Pessoa, para conter o avanço do coronavírus, proíbe permanência na faixa de areia, com cadeiras, mesas, guarda-sóis, bebidas, comidas e todo o pacote de uma boa praia.

Quem quiser pode dar aquela caminhada, tomar um banho de mar, sem ficar na areia, fazer um exercício físico individual ou em dupla. Alguns, claro, vão “rasgar” o decreto. A minoria.

Mas não precisa de “futurologia” para prever que, se for dia de praia, muitos pessoenses, para não infringir a norma, na capital, vão “bater” nas praias paradisíacas da Costa do Conde. A 20, 30 minutos de carro.

O decreto de Conde permite ficar na praia, com comidas e bebidas, desde que todas as pessoas sejam de um núcleo familiar (quem acredita que vão fiscalizar isso?). Também permite o comércio. Vans e ônibus fretados estão liberados. Restaurantes e bares estão abertos. Bebida alcóolica liberada.

A prefeitura já externou a preocupação com as questões econômicas dos informais, bares e restaurantes e com as medidas para protegê-los, no que diz respeito a geração de emprego e renda. Evitar a quebradeira é uma preocupação legítima.

Porém, é ilusão achar que com as “limitações” de curtir uma praia na capital, será fácil controlar o fluxo de pessoas nas praias maravilhosas do litoral sul. Vai sobrar aglomeração. Se o sol chegar chegando, com maré baixa, difícil controlar.

Ou seja, o decreto para evitar o avanço do coronavírus em João Pessoa pode morrer nas praias do Conde. Como pode morrer nas praias de Cabedelo, se não tiver fiscalização para impedir aglomerações.

Agora é tarde, mas as medidas de restrição de uso desses espaços deveriam ser unificadas, afinal, o sistema de saúde é unificado e está à serviço da população (sob pressão) de moradores de todas essas cidades.