O que devem fazer as grávidas que tomaram 1º dose da AstraZeneca em cidades da Paraíba?

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

O que devem fazer as grávidas que tomaram 1º dose da AstraZeneca em cidades da Paraíba?
Foto: Free Photos/ Pixabay

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da aplicação da vacina AstraZeneca em gestantes em todo o país. A agência não relatou nenhum evento adverso ocorrido em grávidas no Brasil, após a vacinação, mas afirmou que a aplicação deve seguir o que diz a bula do laboratório.

Na Paraíba, a Secretaria de Saúde está analisando dados para confirmar quantas gestantes tomaram a 1º dose da vacina. O número também não foi divulgado pela prefeitura de João Pessoa. No dia 1º de maio, a PMJP divulgou calendário de vacinação com informação sobre aplicação da 1º dose em grávidas e puérperas, com a AstraZeneca. Só depois da chegada da Pfizer, no dia 06, a aplicação começou a ser feita com o imunizante do laboratório americano.

Em entrevista ao JPB1, da TV Cabo Branco, nesta terça-feira (11), Fernando Virgulino, chefe de Imunização da capital, afirmou que ainda não há informação sobre como será a vacinação da 2º dose das grávidas que tomaram a 1º dose com a AstraZeneca. Mas que a prefeitura de João Pessoa aguarda uma nota técnica do Ministério da Saúde para informar quais os procedimentos que serão adotados.

Especialistas 

Em entrevista ao G1, especialistas afirmaram que as grávidas que tomaram a vacina precisam ficar atentas e buscar acompanhamento médico, caso haja alguma intercorrência. Mas afirmam que elas devem tomar a segunda dose normalmente porque o risco de contrair Covid-19 e ter problemas é bem maior do que problemas que a vacina possa trazer.

“Quem tomou a primeira dose deve tomar a segunda. Mas o médico que acompanha a gestante deve monitorar caso surjam alguns eventos adversos”, afirma a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo, ouvida pelo G1.

Ao site, a professora de imunologia Letícia Sarturi, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista, em São Paulo, explica que : “Com a segunda dose, a chance de ocorrer um evento adverso é menor, porque ela já tomou uma dose e não houve nenhum evento adverso – mas é claro que, com o avanço da gestação, pode se ter, sim, maior risco circulatório. Se o caso foi de uma trombose, a gente tem que reavaliar, sim. Tem que aguardar a investigação para ver qual vai ser a recomendação”, afirma Sarturi.

O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre recomendação da Anvisa.